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Aramis

Lançamento: Vania, irmã de Beth Carvalho

A família Carvalho, do Rio de Janeiro, está provando que é das mais musicais: primeiro foi Beth, moça bonita, que apareceu nacionalmente ao classificar "Andança" (Paulinho Tapajós - Edmundo souto) na parte nacional do Festival Internacional da Canção, no Maracananzinho, há quase dez anos. Depois, Beth descobriu a beleza de sambas como de Nelson do Cavaquinho, Cartola, Mônaco e outros sambas e a partir de seu primeiro lp na Tapecar ("Canto Para Um Novo Dia", 1973) passou a competir, passo a passo, com Clara Nunes, que na época também deu uma guinada positiva em sua carreira, graças a orientação que o paranaense Adelzon Alves, produtor fonográfico e apresentador do programa de maior audiência da Rádio Globo, no horário da madrugada, soube dar a sua vida profissional. De disco para disco, Beth só tem melhorado, como provou o recente "De Pé No Chão" (RCA, setembro/78). Agora é sua mana Vania, que estréia com um ótimo lp pela CBS, produzido por Paulinho Tapajós, um repertório ótimo, incluindo sambas dos melhores autores e uma belíssima homenagem que Egberto Gismonti/Paulo Cesar Pinheiro fazem a esta figura maravilhosa e tão amada que é Nelson Cavaquinho. Cesar Costa Filho compositor, violonista e sobretudo, dono de uma das vozes mais agradáveis da MPB, que surgido no Mau vem produzindo músicas com excelentes parceiros. Aldir Blanc, Walter Queiróz, Jesus Rocha e que, há três anos encontrou no paranaense Heitor Gurgel do Amaral Valente não só uma alma-irmã, mas também um ótimo letrista, deixou a RCA Victor onde fez três elepês (o primeiro dos quais, "Os Sambas Viverão", consideramos como um dos melhores álbuns da MPB nesta década) e estréia na Continental, de pé direito. Ao contrário de seu último lp, que não teve, infelizmente boa carreira, - e onde todas as parcerias eram com Heitorzinho, agora, dividiu sua criatividade com outros letristas, obtendo ótimos resultados, inclusive fazendo com o grande (e merecidamente pouco valorizado em termos críticos) Luiz Antonio um samba que tem tudo para repetir o sucesso de "Massa Falida", "Carvão Molhado" (a propósito: embora "Massa Falida" não conste como de autoria de Cesar, é sua obra, fato que revelamos, em primeira mão, há alguns anos, em nosso especial na Rádio Ouro Verde). Carlinhos Vergueiro, outro talento jovem, ainda não absorvido pelo público (dois lps na Continental, dois na Odeon),estréia agora na Sigla, com parcerias excelentes com um misterioso J. Petrolino (cuja identidade qualquer dia revelaremos) e uma com seu amigo Toquinho ("As Duas Margens"). Temos ainda o disco do percussionista-cantor Papete do Maranhão, o ótimo álbum instrumental de Wagner Tiso (Odeon) e dois criativos momentos instrumentais estrangeiros: "Variations" (Andres Lloyd Webber, ex-[parceiro] de Tim Rice em "Superstar" - "Evita") e o guitarrista Johnny McLaughlin. Enfim, hoje, só há discos e músicas de valor. O que é sempre positivo, concordam! P:S: - Por um engano gráfico, a nossa cotação sobre "Clube da Esquina 2" (Odeon), de Milton Nascimento, na semana passada saiu com três pontos, quando na verdade é cinco (excelente). Também "The Mad Hatter (Chick Correa, Phonogram), teria cotação ótima ao invés de boa. Em compensação, "Dando Nó Em Pingo D'Água" (Os Maragatos/Chantecler) é de regular e não excelente, como ficou.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
3
27/10/1978

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