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Aramis

Jornal da Tela

Quem chega hoje à cidade, para três apresentações (Universidade Católica, 21 horas; teatro do Paiol, sábado e domingo) é o compositor, cantor e violonista Jards Macalé. Durante o I Festival Internacional do Jazz, em São Paulo, na semana passada, Macalé fez sua estréia como jornalista, colaborando numa cobertura para o "Folhetim" (suplemento dominical da "Folha de [S.]Paulo"). Inquieto e criativo, Macalé está com muitos projetos: um novo disco pela Sigla ("Pontos de Luz") para este ano, outro programado para 79 ("Pontos de Vida") e também sua estréia no cinema, como diretor, em "Kid Morangueira", tendo como ator o seu amigo e ídolo Moreira da Silva, criador do estilo Samba-de-Breque e com quem fez o Projeto Pixinguinha. Legítimo cultuor do samba-de-breque, Macalé já tem experiências cinematográficas: fez uma ponta e a música de "O Amuleto de Ogum" e o principal papel de "Tenda dos Milagres", ambos dirigidos por seu amigo Nelson Pereira dos Santos, que agora vai atuam em "Kid Morangueira". xxx De cinema, outra exclusiva: Jorge Jonas, que em 1965 realizou a premiada versão cinematográfica de "O Auto da Compadecida", do texto de Ariano Suassuna, e que se dedica, nos últimos 10 anos, ao cinema publicitário e realização de audiovisuais, vai produzir o primeira longa-metragem sobre o box no Brasil. A idéia inicial era um curta-metragem sobre o campeão Eder Joffre, mas o material está tão fascinante que decidiu montar um longa-metragem, para lançamento comercial. Jorge e sua esposa, Rosinha, através da Espiral Produções, já com dois estúdios na Rua Maria Figueiredo, São Paulo, vem colecionando premiações internacionais por excelentes trabalhos no campo do cinema publicitário e audiovisuais. Tanto é que no levantamento feito pelo Clube de Criação, a Espiral aparece com 64 pontos, sendo que a segunda classificada ficou apenas 31, considerando os prêmios obtidos pelas produtoras em competições nacionais e internacionais. xxx Egom Prim, supervisor da C.C.I. no Paraná e Santa Catarina, decidiu entrar na briga da sessões da meia-noite, nos fins-de-semana. Na semana passada, o Condor reprisou (mais uma vez) "O Bebê de Rosemery" e amanhã, à meia-noite, dará uma chance aos nostálgicos curtidores de musicais de rever o histórico "Cantando na Chuva" (Singing In The Rain, 53, de Stanley Donen/Gene Kelly), cuja música-tema é inclusive lembrada nos momentos mais tensos de "Laranja Mecânica" (Cine Astor, 3ª semana). No Astor, neste fim-de-semana, duas reprises atraentes: "Três Mulheres" de Robert Altmann (hoje) e "Rede de Intrigas" de Sidney Lumet (amanhã). A propósito, no campo das reprises, também temos "O Outro Lado da Meia-Noite", de Charles Jarrot (Rivoli) e "Carrie, A Estranha" de Brian De Palma, este um filme de tema parapsicológico, com uma atração extra: numa ponta aparece o hoje superstar John Travolta (Bristol). xxx Muitos espectadores lembram-se da famosa cena de "O Pecado Mora Ao Lado" (The Seven Year Itch, 55, de Billy Wilder) em que Marilyn Monroe (1929-1962) e Tom Ewell, saindo de um cinema na Broadway (onde assistiram "O Monstro da Lagoa Negra) passam sobre um respiradouro do metrô. E o vento que o metrô provoca ao passar faz a saia de Marilyn, então no esplendor de sua sensualidade, levantar por duas vezes. A [seqüência] identificou aquela comédia, até hoje citada como um clássico do cinema americano dos anos 50 - e teria irritado o então marido de MM, o boxeur Joe DiMaggio. Quarta-feira em Curitiba, após a palestra que fez sobre Duke Ellington (1899-19974) na sala Arnaldo Fontana, o pesquisador José Domingos Raffaelli revelava a um grupo de amigos que teve o privilégio de assistir a filmagem daquela cena. Ocorrida exatamente na madrugada de 13 de setembro de 1954 e que viu quando saiu ao deixar o birdland, histórico clube de jazz em Nova Iorque onde o grande saxofonista Charlie Parker (1920-1955) apresentou-se no final de sua vida - nos grandes momentos do bebop. Aqui fica o registro para os fãs de Marilyn. xxx Pouco a pouco aparecem livros sobre cinema: "Signos em Transformação", que a Editora Paz e Terra promete para o próximo mês, é uma interpretação do jornalista Jairo Ferreira, da "Folha de [S.]Paulo", sobre o experimental no cinema brasileiro dos anos 60/70 - Embora a desorganizada representação local da Embrafilmes não tenha ainda providenciada a distribuição, já está circulando o número 30 de "Filme Cultura" (que volta a sair após anos de paralisação) e os números 58 a 60 do "Guia de Filmes". LEGENDA FOTO - Jonas
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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22/09/1978

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