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Aramis

Jornal da Música

Com exceção da corajosa iniciativa do jornalista Lúcio Rangel, feita entre outubro de 1954 a setembro de 1956, editando 14 números da "Revista da Música Popular", foram raquíticas todas as tentativas de desenvolver um jornalismo musical no Brasil. Embora a indústria fonográfica tenha se desenvolvido de forma impressionante nos últimos 10 anos - com aumento de vendas em mais de 500% o mercado para os cantores e instrumentistas tenha também se ampliado e a juventude de uma forma geral, esteja hoje muito preocupada com a música, as poucas experiências de realizar um jornalismo essencialmente falharam. Assim, o experiente Tarik de Souza, editor de música popular do "Jornal do Brasil" e revista "Veja" há 3 anos idealizou uma nova publicação, capaz de atingir uma faixa jovem, garantindo um suporte econômico em vendas e publicidade. "Rock - A História e a Glória", foi a fórmula encontrada para penetrar junto a uma faixa de público de hábitos condicionados em 20 números depois em que pouco a pouco começou a dar informações também de outros gêneros afora o próspero setor pop - a publicação transforma-se no "Jornal da Música", passando a ter a parte de rock como um encarte - ao contrário do que estava ocorrendo até agora. Tarik de Souza deixou a editora , hoje dirigida por Glauco de Oliveira, preocupado em desenvolver um trabalho de alcance nacional nomeando para tanto correspondentes em todas as capitais e abrindo um amplo espaço para notícias regionais. O primeiro número da nova fase da publicação, já nas bancas , abre com uma bela reportagem de Ruy Fabiano sobre duas das mais admiráveis figuras do samba brasileiro - Cartola (Angenor de Oliveira, 69 anos) e Carlos Cachaça (Carlos Moreira de Castro,75 anos) , ambos só agora sendo valorizados na exata dimensão de seus talentos. Mas para a faixa jovem há também matérias de interesse, como uma análise sobre os Mutantes, Ney Mato Grosso, Eric Clapton ( no encarte) além de uma longa entrevista com Egberto Gismonti. O "Jornal de Música" também passará a editar no Brasil as matérias da revista "Melody Maker" uma das bíblias do som americano. Paulinho Nogueira um dos melhores violões do Brasil, criador de um método próprio e inventor da craviola, 16 elepes gravados ( o último, "Antologia do Violão" marca sua estréia na Philips), faz dois recitais neste fim de semana, no Paiol. Compositor e interprete de suas músicas, Paulinho é desde 1959 um nome conhecido no panorama artístico brasileiro. Hoje e amanhã, às 21 horas, Paulinho mostrará também seu virtuosismo em peças eruditas, como "Área da Corda do Sol", além de suas "Bachianinhas", homenagem ao mestre John Sebastian Bach. Outro bom Paulinho de nossa música que vem a cidade : o da Viola (Paulo César Baptista Faria, 31 anos) junto com seu novo grupo, "Argumento" estreará sexta-feira no Paiol. E no restaurante Mouraria hoje, última apresentação do bom seresteiro Carlos José.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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04/09/1976

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