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Aramis

Jorge Eduardo

O disco nasceu do especial para a rede Globo: JOÃO GILBERTO DO PRADO PEREIRA DE OLIVEIRA, Baiano do Juazeiro, 49 anos, o maior nome da música popular a partir do final dos anos 50. O especial de televisão valeu como uma introdução de um nome mito para uma geração que apenas "ouviu falar" a respeito do cantor que inventou a Bossa Nova. Um cantor e violonista que, em 1958, ao participar da gravação de "Chega de Saudade" (Tom/Vinícius), com uma batida diferente acompanhando a divina Elizeth Cardoso no lp "Canção do Amor Demais" (Festa, produção de Irineu Garcia) antecipava que alguma coisa começaria a mudar na MPB a partir de então. Em 1959 a primeira gravação como vocalista-solo um 78 rpm com "Chega de Saudade" de um lado e :"Bim bom" (de sua autoria) no outro. E estava solta a fera. A partir de então muita água rolou por baixo da ponte, muitos foram os que apareceram mas João ficou único. Ainda segunda-feira a noite, jantando com o pianista Guilherme Vergueiro (que esta lançando o seu ótimo lp independente) comentávamos a respeito de João de quem Guilherme se tornou amigo em seu "exílio" nova-iorquino (1975/1979): João é uma personalidade tão forte, tem tantas estórias a seu respeito, que a muito já merecia ter sido tema para um (ou mais livros. Sobre a sua personalidade a sua importância musical as estórias e folclore existente ao longo de seus quase cinqüentão, continua tão estranho, difícil mas genial como há 21 aos, quando fez seu primeiro disco da Odeon. O especial da Globo - e o disco que a WEA lançou a seguir - foram acusados de que "nada trouxeram de novo". Mas precisa um gênio estar tentando renovar a cada ano?.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Ligadão
15
07/11/1980

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