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Aramis

Jazz em alta com clube e festival

Que não seja fogo de palha! Nem modismo passageiro! Preocupações naturais para o engenheiro Eduardo Guy de Manoel, 46 anos, dono do Sigma/Dataserv mas que agora é também conhecido como idealizador e presidente do recém fundado Blue Note Jazz Club. A paixão pelo jazz - que herdou de sua mãe, a simpática dona Noêmia e que compartilha com a sua esposa, Lígia, aprimorada nos longos anos em que viveu nos EUA e repetidas viagens a Europa, cristalizou-se num empreendimento que parece ter dado certo: arregimentar todos que curtem a boa música criativa e, naturalmente, ampliar o círculo para os jovens que descobrem que felizmente a música não se restringe aos Ultrajes a Rigor da vida ou a destruição sonora do heavy metal. Muito pelo contrário! Assim, entrando em seu terceiro mês, o Blue Note Jazz Club já dispõe de nada menos que três espaços para jam-sessions - Old Friend's, John Edward's Pub e o recém inaugurado Clube 505, local em que na terça-feira aconteceu uma jam-session para Leonard Feather nenhum botar defeito: mais de 20 instrumentistas sucederam-se nas mais diferentes improvisações ao longo de seis horas de explosão jazzística. A próxima reunião está marcada: a partir das 16 horas do próximo sábado, 22, no Old Friend's. E de agora em diante, só os membros do Blue Note terão acesso. Com carteirinha e tudo... xxx Pelo menos 30 dos associados do Blue Note fizeram suas reservas para a terceira edição do Free Jazz Festival, que em duas etapas - Hotel Nacional, RJ, 2 a 7; Palácio das Convenções do Anhembi, SP, 9 a 13 de setembro - reunirá mais de 50 dos melhores instrumentistas - entre brasileiros e estrangeiros. As irmãs Monique e Sylvia Dauelsberg, idealizadoras e diretoras do evento - com assessoria de um grupo de experts - não poderiam estar mais felizes: iniciado timidamente em 1985, o Free Jazz ganhou o apoio da Souza Cruz e este ano consolida-se como o grande evento musical do Brasil. Assim como o New Iorque Jazz Festival (nascido, originalmente na vizinha Newport) tem o apoio de uma indústria de cigarros, que uniu a marca Kool ao evento, a Souza Cruz soube aproveitar o marketing de seu produto Free para o festival que não se esgota nas apresentações. Como diz Monique Dauelsberg - que foi, aliás, a executiva do "Brasil de Todos os Cantos" (Curitiba, maio de 1982), está programada uma série de workshops, tanto no Rio como em São Paulo, que aproximará ainda mais os artistas de seu público, "especialmente para que os músicos iniciantes adquiram conhecimento direto vis-à-vis com o melhor som do momento".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
16/08/1987

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