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Aramis

Japão, Brasil e Antonina

Depois do lançamento em São Paulo, sexta-feira passada, a professora e pesquisadora Tereza Hatue de Rezende, estará autografando em Curitiba, amanhã, o livro "Ryu Mizuno - Saga Japonesa em Terras Brasileiras". A obra resgata um dos episódios da imigração, através do idealizador e concretizador das primeiras famílias que deixavam o Japão, após dois anos de pesquisa em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde Antonina emerge um aspecto pouco conhecido: à margem do Rio Catatu havia uma colônia japonesa. "Ryu Mizuno" será lançado às 19 horas de amanhã, na Sociedade Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba (Bun-Enkio). Patrocinado pelo Instituto Nacional do Livro e Secretaria da Cultura de São Paulo, o livro terá sua renda destinada à beneficência: em Curitiba, para a ala infantil do Hospital Erasto Gaertner. "A idéia vinha sendo alimentada desde os tempos da mocidade, quando me perguntava o porque de uma raça tão diferente dos brasileiros estar morando em um país antípoda", conta Tereza, filha de japoneses e que veio a ensinar Língua Portuguesa e Literatura Brasileira na Universidade de Londrina. Hoje, ela é a coordenadora de Pesquisa e Documentação da Secretaria da Cultura do Paraná, em Curitiba. A oportunidade de responder à indagação surgiu na leitura de uma biografia de Mizuno escrita pelo nipo-londrinense Seishiro Ushikubo, base de sua pesquisa. Assim, o livro enfoca primeiro o relatório do ministro plenipotenciário do Japão, Fukashi Suguimura, documento que motivou Mizuno a vir ao Brasil para planejar a emigração. Em seguida, reserva dois capítulos às situações históricas em que se encontravam Brasil e Japão, para então contar a juventude de Ryu Mizuno, sua ação político-estudantil "de tendências socialistas, quando não comunistas", e sua luta para trazer os primeiros imigrantes ao Brasil. Mostra a situação das colônias de imigrantes, principalmente a do Rio Catatu, e finalmente, aborda o fenômeno atual dos "dekasseguis", os japoneses e descendentes que estão voltando ao Japão para trabalhar. "O tratamento dado ao livro não se prende à linha acadêmica, como tese de mestrado ou doutorado, pois pretende apenas transmitir às novas gerações, que não têm acesso a uma alfabetização superior em língua japonesa, a luta, a filosofia e o ideal de um homem nem sempre bem compreendido ao longo dos 80 anos de imigração no Brasil", conclui Tereza, por sinal a primeira nissei admitida no Centro de Letras do Paraná, desde 1912. LEGENDA FOTO - Tereza entre as filhas: descendência japonesa resgata episódio da imigração.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
10/03/1991

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