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Aramis

Itaipu e o Paraná (I)

Reivindicações que o governador Emílio Gomes deverá levar ao ex-ministro Costa Cavalcanti, diretor-geral de Itipu, em audiência a ser programada para os próximos dias: que seja assegurada A Copel, por prazo não inferior a 40 anos, o direito de comprar diretamente a obrigatória do convênio já firmado em 10 de outubro do ano passado. Pelas condiçòes particulares de constituição da empresa de Itaipu e por suas características do aproveitamento, a energia que a maior hidrelétrica do mundo produzirá terá preços extremamente vantajosos. A Lei n. 5899, de 5 de julho de 1973, determinou que, no Brasil, apenas Furnas e Eletrosul adquirirão energia diretamente de Itaipu. As demais concessionárias, as quais foram indicadas como compradoras em caráter prioritário e compulsório receberão a energia a ser produzida em Itaipu através daquelas empresas federais. Com isso, os preços de energia de Itaipu serão majoradas pelos custos de produção própria das empresas federais por força das disposiçòes da legislação tarifária do setor de energia elétrica. Por outro lado, há que se pensar, também, no fato de que ocorre a possibilidade de que a Região Sul não venha sequer a receber energia de Itaipu. Considerando-se as elevadas taxas de crescimento do mercado de energia elétrica na Região Sudeste (SP, GB, MG, e parte de MT e Goiás), bem como já haverem sido ou estar sendo aproveitada a totalidade dos recursos hidráulicos de significação daquela área, é racional considerar-se esta hipótese. As previsões de mercado da Eletrobrás permitem antever que Itaipu não será suficiente para a demanda total de energia. Devendo outros suprimentos adicionais serem providenciados concomitantemente com a construção daquela central geradora. Como a Região Sul, notadamente o Paraná ainda dispõe de recursos hidrelétricos possíveis de aproveitamento, depreende-se que estes serão vinculados à área, o que vai liberar a quota de Itaipu prevista para a região. Assim, raciocinava ontem um economista, o reduzido custo de energia de Itaipu poderá levar maiores benefícios ao parque industrial da Região Sudoeste, aumentando ainda mais o desnível econômico existente entre aquela Região e o Sul do País. Fatos que solidificam a necessidade de o Paraná fazer justas reivindicações com relação ao futuro e grandioso empreendimento em seu território.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
23/05/1974

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