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Aramis

Humor

Se não foi o primeiro, José Vasconcelos foi, ao menos, o primeiro humorista a vender mais de 100 mil elepes apenas contando suas (manjadas) anedotas. No início dos anos 60, quando a boa estrela brilhava para o humorista acreano, seu "Eu Sou o Espetáculo", feito na Odeon, vendou milhares de cópias, animando as gravadoras e investirem no gênero. Assim surgiram discos de Zé Trindade, Zé Fidelis, Vitorio & Marieta e dezenas de outros humoristas, todos procurando alcançar o mesmo todos procurando alcançar o mesmo sucesso de Vasconcelos, mas que foi tênue. Ele próprio, não conseguiu manter o êxito nos outros volumes gravados para a mesma fábrica. Mas o humor gravado continuou a ser um gênero fonográfico, e hoje, mais do que nunca com o auxílio da televisão, esta faixa de entretenimento tem seu público seguro. Dos proibidos e apimentados textos de Juca Chaves, vendidos em elepes lacrados ("Ninguém Segura Esse Nariz", Philips) até o ingênuo humor d'Os Trapalhões há muita gente tentando fazer os brasileiros rirem: o humor grosso e caipira de Jacinto, na CBS, ou a inteligência e o refinamento de Chico Anísio e Arnaud Rodrigues, que após dois bem sucedidos volumes na CID ("Baiano e os Novos Caetanos") estréia agora na Sigla / Som Livre, com algumas das piadas que não pode contar em seus programas de televisão. Dede Santana, Renato Aragão, Tito Miglio, Geraldo Alves e Elthrom Seissel, a equipe que produz o programa "Os Trapalhões", está agora também em discos, com o segundo volume da série editado pela Copacabana (SOLP 40647, agosto-75). Produzido por Paulo Rocco, o elepe de Aragão e Dede Santana não se diferencia em nada do que eles apresentam na televisão - e também de certa forma, no cinema ("Ali Babá e os 40 Ladrões", "Simbad", "A Ilha dos Paqueras" etc.): um humor ingênuo, pastelão, o que [faz] com que não haja interdição de idade para as suas piadas. Em compensação, o humor de Chico Anísio e Arnaud Rodrigues é menos ingênuo e bem mais proibido. Aquilo que faz com que o humorista Anísio lote um auditório como o Guairão, em duas sessões, faz também com que, por certo, seu novo disco ("Chico Anísio ao Vivo", "Sigla /Som Livre, 403.6073, outubro/75) atinja, em poucas semanas, uma excelente colocação em termos de vendas. Afinal, um disco como este do Chico Anísio tem 1.001 utilidades. Inclusive o de ser colocado na vitrola quando no meio de uma reunião chata, aparece aquele branco da falta de assunto.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
25
16/11/1975

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