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Aramis

A homenagen ao bom frei e as quiexas de Raphael.

Nesta movimentada, semana politica em que ânimos se acirraram e escandalos pipocaram tanto na Assembléia como na Câmara Municipal, também o vereador Raphael Greca de Macedo teve momentos irritação ele que normalmente é calmo e tranquilo e alegria. Com p presidente da Câmara, Moacir Tosim, Raphael viu esquentar a temperatura devido as denuncias levantadas contra a morosidade dos trabalhos da atual mesa diretora. Por outro lado, os momentos de alegria vieram com o entusiasmo que está despertando a mais do que justa festa que Raphael prepara na noite de quinta-feira 31, quando da entrega do titulo de cidadão honorário de Curitiba ao frei Miguel Botacin, 62 anos, italiano da Traviso, 27 anos de Brasil e desde 11 de fevereiro de 1968 o bom vigário da Vila Nossa Senhora das Luz dos Pinhais. xxx Um dos mais estimados religiosos de Curitiba, frei Miguel é o exemplo do pároco dedicado a comunidade. Em sua humildade, dispensa homenagens e só pela grande amizade que dedica a Raphael concordou em receber o titulo de cidadão honorário de Curitiba. Como diz o vereador, na justificativa do titulo, "frades e homens de Deus, em geral, não tem curriculum. Escrevem sua vida na paisagem urbana que os cerca, arcam os caminhos, as igrejas, as casas e comunidade, os lares. Marcam as pessoas desviando-as do erro, do mal de egoismo". E frei Muguel se insere nesta filosofia: campeão no serviço do povo, jamais deste se serviu. Fez uma matriz. Revitalizou uma capela rural. Construiu uma igreja. Foi responsável pela implementação do trabalho de assitencia social pioneiro na Vila N.S.da Luz, na favela do Barigui I, nos conjuntos Oswaldo Cruz e Oswaldo Cruz II. Tem consolado multidões. A pobres e ricos, a ninguém despede de mãos vazias. É interlocutor, pelo bem comum, dos prefeitos de Curitiba desde 1968. Sua humildade se torna eloquente nos palácios e ante-câmara. Até aqueles que censurou o admiram. É psicologo e confessor. Exorcista. É, sobretudo, frei; filho de Francisco de Assis e do seu divino ideal de Paz e bem. Raphael não se preocupa apenas em homenagear personalidades como frei Miguel. Verdadeiro cão-de -guarda da memória e da tradições de nossa cidade, se preocupa com o esvaziamento da vida cultural pela incompetência dos organismos oficiais. Apesar de sofisticados posters anunciando muitos nomes famosos para os discutiveis "encontros de cultura" ( onde estão os resultados dos que foram realizados em 1983 e que consumiram milhões de cruzeiros?) "a cidade, de uns tempo para cá, ficou macambúzia, sem animação,sem música" diz Raphael. Depois de várias reclamações de músicos locais e das declarações do veterano Juve Garcia de que os artistas da cidade não foram aproveitados nos festejos dos 291 anos de Curitiba, Raphael enviou pedido de informações á Prefeitura e a Fundação Cultural, sobre a veracidade das denúncias de descaso, pelo poder público, aos artistas da terra. Raphael quer saber se é verdade a noticia de exclusão dos artistas circenses e músicos locais das festas oficiais de Curitiba? Quer saber quantos, dos 250 músicos que na administração passada prestavam serviços à FCC, ainda estão sendo chamados? Indaga se é fato a denúncia de que a banda "Lyra Curitibana" não se reúne há mais de 2 meses por falta de espaço de ensaios? No caso, os músicos populares teriam sido enxotados do Solar do barão. No mesmo pedido de informações, o vereador solicitou a programação cultural da cidade até o final do ano. Afinal, a Fundação tem um orçamento de mais de CR$ 900 milhões cuonsumido mais de CR$ 2 minhões por dia ( 90% para manter uma carissima estrutura, com centenas de funcionários ) e os resultados, no entender de Raphael, não tem sido satisfatórios. " A FCC tem dinheiro e não temos visto resultados e, assim é nosso dever, perguntar por que as coisas não funcionam" diz. xxx Para Raphael,em politica de animação da cidade vale a observação de que "a Cultura é como se fora uma àguia, com duas asas, a popular e a erudita". Se podarem uma delas, não alça vôo. E, segundo o vereador, retringindo suas atividades às salas fachadas do Solar do Barão e o Circo da cidade, a Fundação Cultural neste primeiro semestre não ofereceu programação satisfátória, nem a tão decantada periferia, nem a da área central. Raphael tem sérias suspeitas de que "esse negócio de declarar que a politica cultural é descentralizada e diversificada"e serve apenas de pretexto para uma rotina burocrática dos bem pagos profissionais e donatários oficiais da cultura. Bem longe da democratização e participação apregoadas, e que todos desejamos. xxx O Teatro do Paiol estava praticamente sem qualquer programação de minimo interesse até que, em boa hora, Glacy Gottardelo foi convocada para reativar aquela unidade. Uma da poucas profissionais com relacionamento nacional, conseguil em poucos dias, acertar algumas temporadas capazes de levar, novamente público ao Paiol ( Sergio Ricardo, Tetê Espindola, Luiz Eça, Lucio Alves etc. ). O jornalista Fernando Alexandrem ex-diretor do Lira Paulsitana, que no ano passado foi quem salvou o Paiol, com o projeto "Bôca no Tranbone", acabou sendo contratado agora, para com sua capacidade de trabalho, ajudar a melhorar a imagem da Fundação. O frei Paulo Cesar, funcionário do Ipardes, foi colocado à disposição da FCC para dirigir o Solar do Barão. A área de cinema é a que mais funciona graças ao dinamismo do bom Francisco Alves dos Santos. Enfim, gente competente existe. Mas os resultados tem sido poucos palpaveis. Vamos ver se a partir de agora as coisas melhoram. LEGENDA FOTO - Frei Miguel e Raphael .
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
26/05/1984

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