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Aramis

A harmonia perfeita com as suítes da BN

A promoção de um concerto com Luiz Eça & Jerzy Milewski Ensemble seria o ideal para a Pró-Música Blue Note Jazz Clube somarem esforços - desde que encontrem um patrocinador com inteligência e sensibilidade para entender a importância deste evento. Para tanto, basta ouvir a gravação (até agora de circulação restrita) no qual, pela primeira vez no Brasil - e uma das poucas no mundo, com tanta felicidade - o violino integrou-se de forma tão perfeita a temas populares jazzízticos, todos de autoria de Luizinho Eça. De Eça, 52 anos, não é preciso falar muito: desde que começou a estudar piano aos 5 anos, foi sempre um criador de maior voltagem e que poderia ter feito carreira no clássico ou, se vivesse nos EUA, ter a mesma dimensão de um Bill Evans ou Oscar Peterson. Brasileiríssimo até a medula, preferiu o Rio onde nasceu e foi nome maior da Bossa Nova, com o Tamba Trio e sua obra espalha-se em mais de 100 discos - direta ou indiretamente. Quando gravava "Luiz Eça & Cordas", há 14 anos, conheceu Jerzy e nascia uma admiração mútua - mas que só pode se concretizar agora, num álbum no qual Luizinho reuniu 12 temas (entre conhecidos e alguns inéditos em duas suítes que, nos arranjos perfeitos feitos com Jerzy - e a harmoniosa integração do baixo (Luiz Alves) e bateria percussão Robertinho Silva resultaram neste disco que o curitibano Roberto Muggiati, editor da Manchete e um dos mais respeitados expertes em jazz, define como "uma nova sonoridade na MPB instrumental que nasce de introdução do violino num território normalmente ocupado por "instrumentos populares". Instrumento associado geralmente ao clássico, só raramente o violino tem sido aceito na MPB (Fafá temos, uma das raras exceções) ou jazz (Stephane Grapelli, 80 anos, estrela maior do próximo Free Jazz, em setembro, e o elétrico francês Jean-Luc Ponty, que há 3 meses passou por Curitiba). Agora, entretanto, Milewski encontrou em Luiz Eça, em sua ternura (e inventividade) nos teclados, a oportunidade partindo de temas como "Alegria de Viver" e "Lá Vamos Nós" - entre as conhecidas - ou "The Dolphin", "Damelle", "Imagem" ou o mesmo o chorinho. "Melancolia" - "Uma maravilhosa melódico-harmônica", como diz outro entusiasta experte. José Domingos Raffaelli. Ah! Um detalhe importante: em cada concerto, 10% do público ganha, por sorteio, um exemplar deste disco-brinde. Ou seja, razões não faltam para Verinha se por em campo e produzir este grande espetáculo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
27/07/1988

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