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Glauco continua a briga pelo Inacem

Glauco Souza Lobo, diretor executivo da Fundação Cultura de Curitiba, continua no páreo para a presidência do Instituto Nacional de Artes Ciências. Apesar do forte lobby que tem procurado minimizar tanto a sua indicação, como a do representante da Bahia, o ator Eduardo Kabus - em favor do carioca Carlos Miranda, Glauco tem ainda alguns triunfos políticos, entre os quais o declarado apoio do seu velho amigo e companheiro peemedebista, senador Eneas Faria - hoje fortalecido na primeira secretária do Senado. Dentro de uma composição política, Glauco pode, sair-se bem na escolha - em que pesem todos os ardís que os defensores da indicação de Carlos Miranda vem fazendo a seu favor. xxx Mineiramente, o ministro José Aparecido, Cultura, designou uma comissão de nove menbros, incluindo os três indicados a sucessão além do atual presidente, Orlando Miranda , mais Jota D'Angelo , critico Clóvis Gárcia, empresário Rodrigo Farias de Lima, e o crítico Sabato Magaldi ( coordenador ), para estudarem a reestruturação do Instituto. Não deixa de ser uma manobra inteligente, capaz inclusive, de permitir que ao invés do novo dirigente do Inacem , sair da lista triplice eleborado pela classe teatral vir a ser o mineiro Jota D'Angelo, o qual, consta, teria a simpatia maior do ministro Aparecido, que o teve como seu principal assessor na Secretária de Cultura de Minas Gerais. Carlos Miranda , que trabalhou muitos anos com Paulo Autran, quando este apresentava peças financiadas pelo governo do Paraná, assessora Orlando Miranda ( que não é seu parente, apessar do sobrenome ) há 10 anos - e por isso representa o continuísmo no Inacem, tão criticado por muitos setores. xxx Na escollha do futuro diretor do Inacem sente-se, mais uma vez, a predominância de um claro desejo " colonialista ", em termos culturais, do Rio de Janeiro , que não vê com simpatia a possibilidade e um executivo de outro Estado - seja o paranaense Souza Lobo ou o baiano Kabus - vir a ocupar um cargo de projeção / decisão na área cultural. Isto nota-se, inclusive, na impresa Nacional, que tem procurado minimizar os noticiários em que se fala da lista triplice, elaborada durante o último encontro nacional de artistas e técnicos em espetáculos, realizado no Rio de Janeiro, que colocou como questão fechada a necessidade da escolha do sucessor de Orlando Miranda sair entre os nomes indicados pela categoria. Assim como fez em relação a Embrafilmes - na qual os três nomes indicados à presidência ( Kalil, João Baptista e Zelito Viana ) foram designados para integrarem a comissão que deverá propor a reestruturação da empresa - também no Inacem, o ministro Aparecido, procurou ganhar tempo e não se incompatibilizar com a classe. Para tanto, criou esta comissão, da qual Glauco Souza Lobo faz parte. xxx Se Carlos Miranda tem a seu Favor uma Longa vivência nos bastidores do teatro brasileiro, como empresário e, nos últimos anos, ter sido a eminência parda de Orlando Miranda, o curitibano Glauco Souza Lobo conta com um grande jogo de cintura e o fato de não ter atritos na área. Ao contrário, somando uma experiência empresarial, com vivência em vários setores artísticos, especialmente circense ( do qual se orgulha ), Glauco mostrou toda sua habilidade politica nestes dois anos em que ocupa a espinhosa função de diretor executivo da fundação Cultural. Glauco soube enfrentar os grandes pontos de atrito da FCC, contornar choques mesmos com colegas de diretoria e, mostrando elevado espirito democrático sempre absorveu as críticas ( muitas vezes injustas ) feitas a sua adminsitração. Com isto conseguiu fazer de setores oposicionistas pontos de apoio e, mesmo reconhecendo sua limitações ainda em algumas áreas, se fortaleceu dentro da equipe do seu amigo Mauricio Fruet. Mesmo que no final a escolha para a presidência do Inacem recaia em outro nome - o que é possivel, já que o lobby em favor de Carlos Miranda é fortíssimo - Glauco Souza Lobo saiu-se bem desta sua justa tentativa de fazer com que o Paraná chegasse a um cargo do terceiro escalão do governo da Nova República. Que, apesar, de todas as tentativas do governador José Richa, pouco prestigiou até agora as indicações paranaense.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
02/04/1985

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