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Gilda quer fusão a qualquer preço

Ápesar de toda uma aparente preocupação de consultas democráticas a pais a alunos e a iniciativa de introduzir eleições para escolha de diretores(as) dos estabelicimentos oficiais de ensino, a secretária Gilda Poli, da Educação deu lamentável demonstração de autoritarismo, esta semana. Na tarde de quinta-feira, 25, perante os professores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, simplesmente anunciou a decisão de nomear uma interventora para promover a fusão dessa instituição com a Faculdade de Educação Musical do Paraná. Na ocasião, não permitiu ela sequer que a presidenta da Associação dos Docentes da Embap, professora Cloris Marilde Rohrig, fizesse qualquer observação. Enfim, uma atítude muito mais para os tempos do AI-5 do que para os da Nova República, da qual, teoricamente. Gilda pretende participar, inclusive como candidata a deputada estadual nas próximas eleições. xxx A novela d fusão da Esola de Música e Belas Artes do Paraná com a Faculdade de Educação Músical do Paraná arrasta-se há mais de quatro anos, desde quando Fernando Caldeira, pintor e professor, dirigiu a Embap. No ano passado, entretanto, voltou-se a falar com mais insistência na questão, tendo sido eleborado até um documento que chegou até prever " funções " para os professores das duas instituições. A alegação oficial é de que há duplicidade de ensino nas duas escolas superiores, mantidas pelo governo. Os professores da Embap não concordam. Enquanto a Escola de Música, fundada em 1948, forma pintores e instrumentistas, com cursos de licenciatura, a Faculdade de Educação Musical do Paraná, bem mais recente, tem curso apenas de licenciatura em Educação artística. Há, também, obviamente, outras questões em jogo. Por exemplo, a FEMP funcionou em um casarão alugado na Rua Paula Gomes e sempre teve um estrutura precária. Já a Embap tem sede própria, embora hoje obsoleta para as finalidades. Além de ficar numa área centralissima ( Rua Emiliano Perneta, 179 ) é poluida sonoramente, apresenta triste aspecto físico e necessita de uma reforma total. A solução, no enttendimento de alguns tecnocratas da Secrataria da Educação - e que teriam convencido a professora Gilda Poli - seria a funsão das duas intituições e a construção e uma sede nova, possivelmente no bairro do Boqueirão. Fórmula que desagrada especialmente professsores e alunos da Embap, que, no ano passado, já sairam ás ruas em protesto contra tal proposta. A Escola de Música e Belas Artes do Paraná tem 110 professores. O professor Henrique Morozowicz, do setor de música, diretor pró-tempore ( mas há mais de ano no cargo ) já chegou até a solicitar demissão, por enfrentar coesa oposição chegou a tal ponto que, em reunião da congragação dos professores, dias 19 e 21 de março último, Morozowicz abandonou a presidência dos trabalhos, que, entretanto, foram conduzidos conforme o regimento interno. Elaborou-se, então, uma lista triplice de candidatos à direção - professores Fernando Carneiro, Fernando Caldeira e João Osório Brzezinski, da área de Belas Artes, a mais a indicação do vice-diretor, Daniel Costa Silva, da área de Música. A secretária Gilda Poli recebeu a lista mas não a enviou ao governador José Richa, a quem cabe fazer a nomeação. Razão: alegações de que a reunião da congregação foi ilegal, argumento contestado pelos profesores que dela participaram. Nos dias 16 e 17 de abril, a secretária recebeu lideranças dos dois grupos - de um laso, Henrique Morozowicz e alguns poucos professores que o apoiam ( inclusive na fusão e transferência da escola para o Boqueirão ); de outro lado, o segundo dirigente pela Associação dos Docentes. Ambos Gilda repetiu que " vou fazer a fusão de qualquer maneira ". Na última quinta-feira, a secretária convocou, novamente os professores para comunicar a decisão de que está nomeando uma interventora para a Escola. Será, segundo disse ela, uma advogada altamente capaz ( sic ) e que, consta, estaria com carta branca para agir com rigor. Os professores da Escola, através da Associação da classe, já decidiriam : vão reagir, de maneira a deixar bem claro seu posicionamento, em relação a essa questão, que transpõe o interesse da classe, mais inclui, também, importante segmento da comunidade. A secretária Gilda Poli abre nova frente de oposição. Para quem sonha com uma cadeira no Legislativo dentro de 2 anos, não é postura das mais cômodas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
27/04/1985

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