Login do usuário

Aramis

Geléia Geral

Enquanto Sinval Sá tem a sexta edição de "O Sanfoneiro Do Riacho Da Brígida" incluído como volume 32 da Coleção Pernambucana na 2ª série de livros editados pela Fundação Histórico e Artístico de Pernambuco, conforme aqui registramos na semana passada, outra biografia do autor de "Asa Branca" acaba de sair: "Luiz Gonzaga, O Rei Do Baião - Sua Vida, Seus Amigos, Suas Canções" de José de Jesus Ferreira (Editora Ática, 144 páginas, Cz$ 55,00). Com dedicação, o Autor revela mais uma pouco da trajetória artística e da vida deste compositor e intérprete que, aos 74 anos continua vigoroso e criativo, como mostra em seu novo lp, lançado há poucas semanas pela RCA. Ao lado de sua biografia, Jesus Ferreira reuniu depoimentos do próprio "Lua" - apelido carinhoso que ganhou nos anos 40, devido ao seu rosto redondo, bonachão - falando de amigos como Ari Barroso, Chacrinha e Paulo Gracindo, bem como dos parceiros Humberto Teixeira e Zé Dantas, com os quais compôs algumas de suas músicas mais significativas. Nas páginas finais de "Luiz Gonzaga, O Rei Do Baião" encontra-se a lista completa de seu repertório, com todas as gravações realizadas no período de 1941/1986. E também a letra de seus grandes sucessos. Com este lançamento, a Ática amplia mais a bibliografia sobre os grandes nomes de nossa MPB. Há alguns anos a mesma editora publicou "Da Beira Da Tuia Ao Teatro Municipal", autobiografia da dupla Tonico e Tinoco. xxx Anos atrás, a Polygram montava em Recife um forte escritório regional para atender especialmente a produção de artistas da região, das mais específicas em certos tipos de produto. Agora é outra multinacional, que entendendo a necessidade de uma divisão de elenco volta-se para o Norte/Nordeste: a EMI/Odeon acaba de montar sua filial em Recife. A Diretoria da empresa - superintendente Luís Roberto Fal Boaventura, o gerente de marketing Aires Catarino e o gerente de promoção e publicidade, Sérgio Affonso Fernandes, lá estiveram, acertando a colocação de funcionários, executivos e produtores para atender especialmente a área. Com isto, a produção da EMI/Odeon, "nordestinacionaliza-se" cada vez mais. xxx Justamente por acreditar na potencialidade do mercado nordestino, a EMI/Odeon está lançando um deliciosos disco de forró, com o acordeonista e cantor Severo ("Machucando Gostosinho"), que anteriormente já havia emplacada boas vendas com seu "No Forró, Eu E Ela". Sabendo usar também de malícia o exímio acordeonista, Severo inclui regravações como "Fulô Do Dia" (de seu disco "Vou Caminhar", Ariola), "O Sol Quer Sair" e "Forró Apertadinho" (do paraibano Zé da Ema) e mais dois belos forrós de Antônio Barros ("Forró Do Bom-Bom" e "Olhando A Hora"), "Tem Que Ter Disposição" (Severo e Jaguar), "Chamego Arretado", o gostoso "Minha Doce Paixão" e "Vem Cá Meu Bem", além da faixa-título, composição do próprio Severo, que chega assim ao seu quinto elepê. xxx Outro nordestino que também ganha um elepê pela EMI/Odeon é Pinto do Acordeon (Francisco Ferreira Lima), paraibano de Conceição do Piancó, terra de Elba Ramalho. Veterano acordeonista e compositor, autor de sucessos que Genival Lacerda, Trio Nordestino, Os Três do Nordeste e a própria Elba Ramalho ampliaram, Pinto do Acordeon tem uma linguagem fácil, popular e simpática. Suas letras e melodias complementam-se, seja em baiões, xaxados, xotes, forrós. Neste novo lp ("Na Quentura Do Forró") estão 12 músicas, incluindo "Você É Um Avião", sucesso não só nos forrós, mas foi também destaque no Carnaval nas cidades do Interior de vários Estados do Nordeste. xxx Fora do esquema basicamente de forró, há os bregas românticos que também atingem grandes faixas de público. É o caso de Marcos Paulo ("Sedução", Emi/Odeon), que tem como cavalo de batalha de seu novo elepê, músicas de fácil consumo como "Quem Fomos Ontem", "Dono De Meu Coração" e "Amor Italiano". Outro brega, Maurílio Costa ("Te Amo Demais", EMI/Odeon), tem para puxar seu novo disco, produção original do selo Jangada, a "Virgem De Santa Madalena" (Xiongo/João Villaro), entre composições próprias ("Acredito Não", "Estive Recordando", "Morena Violão", "Amor Vai, Amor Vem"), um sucesso do campeão de vendas do Pará, Carlos Santos ("Te Amo Demais") e até a regravação, a sua maneira, de uma das mais bonitas músicas de Adoniran Barbosa: "Iracema". xxx A 3M, nova etiqueta que está praça com uma diversificação de elenco, através do selo Terra Nova, também ataca na linha brega romântica e para tanto traz um elepê de Augusto César, pernambucano de Paulista, que começou sua carreira na Rádio Clube de Recife, e, como tantos pau-de-arara, acabou buscando o São Paulo maravilha. Tentou programas de calouros ("Big Show Musical", TV Bandeirantes; "Maratona", na extinta TV Tupi) e, há sete anos, venceria um Festival Estudantil Paulista com seu "Caminhando" (parceria com Carlinhos Esperança) que foi sucesso em Pernambuco. Por três anos esteve no Frevança, o festival de frevo e maracatú que a Rede Globo promovia em Recife. Ali, obteve o segundo lugar com "Rei Zulu - A Festa Do Feitor" e o terceiro lugar com "Festa Nas Águas", entre os anos de 1983/85. Agora, finalmente, consegue fazer o seu primeiro elepê, bem produzido, com arranjos dos maestros Chiquinho e Niltinho, e tendo, no repertório, "De Repente" (Nando Cordel), "Meu Sonho" (Eliane Luma/Bela Maria), "Depois Do Amor" (Augusto César/Carlos Esperança) e "Você Não Voltou" (Leonardo).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
19/04/1987

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br