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Aramis

A Fama de Pelotas

Ontem ao meio-dia, aperetivando no Bar do Pasquale, no Passeio Público um conhecido executivo de uma poderosa financeira gaúcha, pelotense de nascimento, dava uma explicação para a imerecida fama que goza a simpática cidade dos Pampas. Dizia o jovem executivo que no século passado Pelotas era o centro de comercialização da carne e enquanto os peões eram obrigados a trabalhar todo o ano nas coxilhas cuidando do gado os pelotenses ganhavam muito mais cuidando da exploração industrial - carne e couros. Tendo condições de viajar, informar-se, tornaram-se mais sensíveis as artes. Recatados, sem influência da fanfarronice castelhana, os pelotenses ficaram com ojeriza a ostentar o luxo dos arreios de prata que seus compatriotas da fronteira adoram exibir. E citando o que escreveu o jornalista Leo Gilson Ribeiro, da "Veja", na reportagem sobre Érico Veríssimo, dizia o pelotense: "os valores do típico gaúcho macho colidindo com a sensibilidade cosmopolita e urbana do jovem de Pelotas, provocou o machismo obsessivo, o desprezo pelo conforto, pela música, pelos livros, tudo coisa de fêmea".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Panorama
4
03/02/1974

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