A esposa de Egberto
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de janeiro de 1974
Está passando despercebido, até mesmo pelos coordenadores do Festival de Música, a presença em Curitiba da esposa do compositor Egberto Gismonti. E na verdade ela já foi uma das melhores pianistas brasileiras, dona de belíssima voz e que trocou sua carreira para ser apenas a esposa de Gismonti, realmente hoje um dos três criadores mais importantes de nossa MPB (os outros dois, em caminhos diferentes, são Milton Nascimento e Hermeto Paschoal). Dulce, a bela, simpática e sensível esposa de Egberto gravou em setembro de 1965 um dos melhores discos da Forma, do produtor Roberto Quartin, que com arranjos e regência do maestro Guerra Peixe, representou um passo a frente na MPB, com canções quase sinfônicas de Baden Powell, Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini, além do interessantíssimo arranjo para o popular que Baden fez de um poema de Luiz de Camões (1517-1580), chamado "Contigo". Nos discos de Egberto, Dulce tem tido uma participação vocal importante, embora discreta e restrita a algumas faixas que exigem uma sensível voz feminina.
LEGENDA FOTO - Dulce: presença
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