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Eslavística, o debate na SBPC

Será difícil, quase impossível, a imprensa cobrir todos os aspectos da 38ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência, que movimentará o mundo universitário a partir da próxima quarta-feira. Afinal são centenas de especialistas, professores, cientistas etc, que se reúnem em Curitiba para, em mesas redondas, conferências, debates etc, fazerem comunicações e debaterem importantes pesquisas em suas áreas. Um amplo painel de como está a produção científica no Brasil através de seus mais privilegiados cérebros. xxx Entre tantos eventos previstos, um de particular interesse na área da lingüística será o encontro sobre plurilingüismo II, com análise das línguas eslavas, bilingüísmo e contribuição da eslavística para a pesquisa lingüística, programado para as 18 horas do dia 15 de julho, no Centro Politécnico. O encontro tem como coordenadora a professora Nadia Kerecuk, mestre de língua ucraniana na Universidade Federal do Paraná e chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Cultura Inglesa. Nadia Kerecuk dará uma visão geral da questão das línguas eslavas no contexto histórico do Paraná, como um coeso mosaico etnolingüístico e sobre a relevância de se estudar as línguas das etnias formadoras de nosso Estado - entre as quais as duas maiores que são a polonesa e a ucraniana. Também defenderá a importância do aprendizado de diferentes línguas estrangeiras para um desenvolvimento qualitativamente melhor do homem brasileiro, de sua comunidade e de seu país. xxx Nadia, filha de ucranianos, professora e tradutora é uma das idealistas mestres que, por um salário simbólico, vem se dedicando ao fortalecimento do curso de ucraniano na UFPR. Ela explica a importância do ensino e divulgação das línguas eslavas em cursos de extensão. "como a Universidade deve trabalhar com e para a comunidade, os cursos de extensão são de grande valor. Há também justificativas sócio-culturais: a participação do elemento étnico na formação do caráter e perfil brasileiro do Sul do País é inegável. As diferentes disciplinas que estudam isso precisarão de acesso à informação na língua das etnias - história, sociologia, geografia, lingüística, antropologia, português etc". O acesso à lingüística eslava - A Eslavística - permite uma pesquisa mais profunda e confiável no campo das teorias da linguagem. O Paraná oferece aos lingüistas um campo de trabalho inexplorado, justamente pelas características de sua composição etnolingüística. Desta forma a UFPR pode se transformar num centro de pesquisa sócio e etnolingüística de destaque mundial. xxx Do encontro coordenado pela professora Nadia, participarão destacados especialistas da área. Entre eles, o professor João Alfredo Dal Bello, chefe do Departamento de Letras da UFPR; Cecília Herthal, chefe de pós-graduação em letras da UFPR e chefe do Projeto Integrado de Plurilingüismo e Variações LIngüísticas da Região Sul; Volodymyr Kulczynskyj, que apesar do nome eslavo (sobrenome com dez consoantes e uma vogal) é o chefe do Departamento de Inglês da UFPR e atualmente faz doutoramento em língua ucraniana na Universidade Livre de Munique. Também participará da reunião a professora Elena Godoy, da cadeira de língua russa - que vem desenvolvendo com Nadia, pesquisas sobre o português e as teorias da descrição da línguagem via eslavística.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
06/07/1986

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