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Aramis

Em todas as rotações...

1 - Ao lado dos Morris Albert, Terry Winters e Light Reflections, continuam a aparecer novos candidatos aos "Feelings" internacionais, compondo e gravando em inglês . A Top Tap, pequena etiqueta carioca, está lançando em compacto simples mais alguns destes rapazes vítimas do colonialismo cultural, mas, decentemente, está distribuindo releases biográficos, identificando a procedência. Assim Michael Sullivan (?), pernambucano de Recife, 27 anos, gravou um compacto com sua música "Sorrow", "já pintando como um dos grandes sucessos de 77", ao que diz a divulgação. Dennis Gordon (Fernando José Vinhas, carioca da Tijucas, 30 anos), estudou no John Adams. High School, nos EUA, onde morou alguns anos, gravou "Nobody Knows", sua composição em parceria com Richard Lee (?) e Michael Sullivan. Em compacto duplo a Top Tap edita também um novo compositor-autor que não se esconde atrás de nomes em inglês: Almir Chadiack, 27 anos, que residiu muitos anos no interior de Minas, experiência cinematográfica ("Vale do Canãa", de Jece Valdão"), aparecendo com as divertidas músicas "O Galo Que Virou Galinha", "De Um Volkswagen", "Casei Três Vezes" e "Zé da Severina". 2 - Já que falamos em Top Tap, registremos os seus últimos lançamentos internacionais: o grupo Kool & The Gant, com um novo lp da pesada ("Open Sesame") e o suave The Ritchie Family, formado pelas belas crioulas Chyl Mason Jacks, Cassandra Ann Wooten e Gwendolyn Oliver. E um colírio visual é a morena Grace Jones, jamaicana, 22 anos, há 10 anos em Nova Iorque em que estão as incrementadas "That`s The Trouble" e "Sorry". 3 - Jean Claude Borelly, pistonista de um sopro romântico e agradável, aconteceu no ano passado, com o tema "Dolannes Melodie" (da trilha sonora do filme "Un Liceul N`A Pas de Poches"), incluindo na trilha sonora da telenovela "Bandeira Dois". A música vendeu tanto - em compacto simples, que ajudou os proprietários da Copacabana (uma das raras gravadoras formada exclusivamente por capital nacional) a fazerem investimentos para ampliação de seu parque industrial. E assim é normal que Borelly já tenha cinco lps em catálogo, o último dos quais, "Le Concerto de La Mer", reúne temas de p. de Senneville/º Toussaint (autores de "Dolannes Melodie"), com uma mesma temática: o mar, naturalmente. 4 - Aproveitando a passagem de Michel Sardou no Brasil, há duas semanas, acompanhando o seu amigo Johnny Holliday, a RCA Victor editou um de seus lps ("La Maladie d`amour", Victor, 104.8048, abril/77). Sardou é autor de "je Suis Pour", uma música que defende a pena de morte para raptores a assassinos de crianças. Polêmico. Sardou confessa ter feito, sem ironia, o cumprimento nazista durante a canção "Ricains", que exalta a participação dos americanos na II Guerra Mundial. Em fevereiro de 77, numa apresentação de Sardou em Bruxelas havia uma bomba preparada para explodir durante seu show e ainda foi formado um comitê contra a sua exibição: Dia 5 de março, seu espetáculo em Toulouse foi prejudicado pelo incêndio de muitos cartazes. E a rua por onde deveria passar seu carro foi coberta de pregos. Sardou, como lembrou Tarik de Souza, (JB, 1.º/5/77), parece ter capitalizado a acusação de cantor diretrista, para promover em seus espetáculos uma espécie de choque de torcida entre uma facção e outra, com o resultante aumento de sua popularidade. Isso tudo faz com que se procure ouvir atenção este seu primeiro lp editado entre nós. Outro cantor francês que tem um álbum aqui editado é Adamo ("Voyage Jusqu`a toi", CBS/Epic, Cr35004, março/77). 5 - Domingo passado, por um problema técnico, saiu publicado a capa do elepê de Cláudia Telles, mas não saiu o registro. Que agora fazemos: filha da inesquecível Silvinha Telles (1936-1966), Cláudia gravou em meados de 76 a romântica "Fim de Tarde", que bem trabalhada permanece há mais de seis meses na Parada Nacional de Sucessos. Razão mais do que suficiente para estimular a CBS a lançá-la num bem acabado lp com canções simples, ingênuas até, mas destinadas a um público jovem - mas com uma natural homenagem a Silvinha: a gravação de "Dindi", de Tom e Aloysio de Oliveira - uma das mais belas gravações da inesquecível cantora. 6- Com "Um amigo meu está ficando cego", Pyska vendeu o suficiente para merecer da Odeon um investimento em lp ("Livre de coração Aberto", março/77), onde reúne mais 11 músicas, na mesma linha melodramática-romântica, capazes de o fazer um sucesso de Agnaldo Thimoteo ou Odair José. Também com um repertório bem comercial, de fácil agrado, Lincoln faz o seu segundo lp (odeon, SMOFB 3928, março/77), onde incluiu nada menos que 7 composições próprias: "Caminhos do Amor", "Mistérios do Mar", "Bandeira Branca"(não confundir com o clássico de Max Nunes, último sucesso de Dalva de Oliveira), "Bom Dia Meu Primeiro Amor" etc. 7 - E agora os registros pop: George McCrae, com "Diamond Touch"(RCA Victor), 104.8035, abril/77), desfilando uma seleção de novas composições , algumas sensíveis a agradáveis. Max Merrit & The Meterors é um novo grupo pop ( inglês? Americano?), apresentado pela Arista/Odeon, num disco ao menos bem acabado. E do pop nacional, o elogiado grupo "Som Nosso de Cada Dia" (CBS, 137974, abril/77), mostra o seu som da pesada, com rocks de Pedrinho-Pedrão ("Pra Swingar", "Levante a Cabeça", "Pra Segurar", "Água Limpa"), Tony Osanah ("Vida de Artista", "Estação da Luz"), Frankle ("-François", Bem No Fim"), Egidio Conde ("Neblina), Paulinho Foguete ("Rara Confluência" etc. Para o público específico! FOTO LEGENDA- Grace FOTO LEGENDA1- Franco
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Jornal da Música
1
08/05/1977

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