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Aramis

Em busca do público jovem

Durante pelo menos duas décadas o cinema americano praticamente ignorou o público infantil. A quebra do puritano Código Hayes - o rigoroso "gentleme's agreement" que por mais de 30 anos controlou qualquer audácia de Hollywood em termos de sexo e erotismo e também o final (final?) da era do Macartismo - possibilitando uma reabertura política nos temas cinematográficos - provocaram uma corrida a um suposto cinema adulto que praticamente fez com que a produção se limitasse em duas frentes: jamais abandonou seu filão-de-ouro - e o cinema proibido, com abordagem de temas que não poderiam chegar aos adolescentes de duas décadas passadas. Os chamados americanos intranqüilos que, na virada dos anos 50 para a década de 60, resolveram balançar o coreto com abordagem de temas até então tratados sempre com muita descrição provocaram uma passagem de um cinema tradicionalmente de entretenimento para adulto - mas se esquecendo de que havia necessidade de alimentar novas platéias - que nas décadas de 20 a 40, aprenderam a amar a usina dos sonhos justamente por sua magia e aventura. Some-se a isto a força da então nascente televisão e o resultado foi o que se viu: nostálgicas "últimas sessões de cinema" espalhando-se dos Estados Unidos para outros países - inclusive o Brasil, com as salas de exibição fechando semanalmente. Como não são bobos (e se assim não fosse, não seriam tão poderosos), os tycoons da indústria cinematográfica, hoje empresarialmente em novas regras, entenderam que era hora de retomar o público que se perdia e assim, unificada mas com os mesmos fins, de fazer com que as crianças e, especialmente, adolescentes, voltassem a amar o cinema. Steven Spielberg com sua magia ("Tubarão", "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", "E.T.", "Indiana Jones"), foi o grande mago, mas toda uma geração de novos produtores e diretores mergulhou firme nas águas da juventude. E com isso, mais de 200 filmes, abordando personagens jovens, histórias simpáticas - capazes de estabelecerem empatias com o público entre 12/25 anos vem sendo despertada nas telas dos cinemas de todo o mundo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
27/01/1988

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