Dois paranaenses que merecem seus títulos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1986
Poucas vezes um título de Cidadania Honorária ou Benemérita merece maior destaque, já que a prodigalidade com que estas distinções são outorgadas fazem com que se perca, na maioria das vezes, o sentido real de homenagem. Mas no caso de dois títulos que serão entregues pela Assembléia Legislativa nos próximos meses, a distinção é merecida.
Como Cidadã Benemérita do Paraná, a professora e escritora Pomphilia Lopes dos Santos, que aos 84 anos, lúcida e forte, continua escrevendo suas crônicas e poesias, participando de reuniões intelectuais e mantendo uma admirável atividade. Autora de livros, dona Pomphilia é o exemplo de vigor e entusiasmo - exemplo de várias gerações.
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Já o paraibano José Joffily, 61 anos, há 20 anos radicado em Londres, receberá o título de cidadão honorário do Paraná. Deputado Federal pela Paraíba em várias legislaturas até 1962, cassado pelo Ato Institucional nº 1, em abril de 1964, Joffily tem curriculum dos mais admiráveis. Como parlamentar, se destacou por suas posições independentes e nacionalistas, sendo citado sempre respeitosamente em qualquer estudo que se faça sobre a política brasileira entre os anos 40 e 60. Como intelectual, é autor de obra marcante, na qual tem revisitado pontos obscuros da história contemporânea, reestabelecendo verdades e desmitificando falsos heróis. Deve-se ao seu incansável trabalho de
garimpeiro da história a biografia de Anayde Beiriz, noiva de João Dantas, que em 1930 assasinou João Pessoa, no Recife - e que foi levada ao cinema, na interpretação de Tania Alves, em "Parahyba Mulher Macho" , de Tizuka Yamazaki. Atualmente, o primogênito de José Joffily, o Zezinho, roteirista e diretor de varios curtas-metragens e um primeiro longa ( baseado em texto de Josué Guimarães) trabalha no roteiro de um filme ambientado em São Luis do Maranhão, com base em outro livro de Joffily.
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