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Aramis

Documentários alemães mereciam melhor sala

Infelizmente, mais uma vez, o programa que, culturalmente, poderia merecer o maior destaque da semana, é confinado à incômoda Cinemateca - enquanto os cinemas, Ritz e Luz, continuam no circuito das reprises. As retrospectivas Eberhard Fechner, que, mais uma vez, mostra a generosidade do Goethe Institut, iniciou ontem com "Klara Heydebeck" (1969) e prossegue nesta sexta-feira e amanhã com as duas partes de "Foto de uma classe escolar - reminiscências de cidadãos alemães". No domingo, será exibido, "Monumento Nacional" ("Unter Denkmalschultz"). A partir de segunda-feira, 15, as três partes de "O Processo" - não confundir com o filme de Orson Welles - considerado o mais significativo trabalho de Eberhard Fechner, 62 anos, notável documentarista alemão e que, pela primeira vez, tem seus filmes trazidos ao Brasil. No domingo chegará a Curitiba o crítico Egon Netenjacok, 53 anos, autor de vários livros sobre cinema e televisão e que atualmente trabalha numa obra sobre Eberhard Fechner. Por certo será constrangedor ver um intelectual de sua dimensão encontrar um público jovem e interessado acotovelando-se numa sala incômoda como a Cinemateca, quando esta promoção cultural poderia ter duas ou três sessões diárias no cine Luz ou Groff. Mas isto se houvesse da parte da diretoria da Fucucu a mínima sensibilidade e respeito para o público que, afinal, representa os contribuintes. Mais grave! A professora Heidrun Bruckner, diretora do Goethe Institut, foi obrigada a fazer muitos cortes na grande retrospectiva do cinema alemão, que atualmente é realizada em quatro confortáveis salas em São Paulo. Razão: a Fucucu somente concedeu duas semanas na Cinemateca para uma mostra que reúne os mais importantes filmes alemães. Ou seja, apenas 14 filmes, no máximo, serão vistos naquele espaço. Outros serão projetados no auditório do Goethe Institut, que mesmo com toda a boa vontade da professora Heidrun, não deixa de ser improvisado. Que falta uma outra sala bem equipada, para abrigar mostras culturais como esta! Infelizmente, a adaptação do auditório Brasílio Itiberê da Secretaria da Cultura em sala de projeções, continua a ser um projeto. E com isto quem perde é a cidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Seção de Cinema
8
12/08/1988

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