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Aramis

Desenvolvimento & Política

Da soma do know-how de dois dos mais famosos expertes em finanças e desenvolvimento no Brasil, o ex-ministro de Planejamento Roberto de Oliveira Campos e o atual ministro Mário Henrique Simonsen, da Fazenda, surgiu um dos livros mais vorazmente consumidos por executivos, empresários e técnicos relacionados a iniciativa privada ou administração pública, nestes últimos meses: "A Nova Economia Brasileira" (Livraria José Olympico Editora, 252 páginas). Mário Simonsen sintetiza o seu pensamento nesta obra básica, dizendo: "Em linhas gerais, o modelo de desenvolvimento adotado no Brasil nos últimos anos parte do reconhecimento ortodoxo de que qualquer processo de desenvolvimento há que se assentar no binômio poupança-mercado: o primeiro requisito para a sustenção de um crescimento rápido e duradouro é a sustenção de uma alta taxa de poupança que permita financiar os investimentos necessários ao crescimento econômico do país; o segundo é o de um mercado ativo e em expansão, capaz de sustentar o interesse nos novos investimentos e nos aumentos de produção. Fora esse binômio clássico, o Brasil apresentou uma peculiaridade no seu modelo econômico nos últimos anos e que merece especial menção: a abertura para o Exterior". Já Roberto Campos, o polêmico ministro do Planejamento do governo Castelo Branco, lembra que "a palavra "planejamento" tem sido usada no Brasil de forma livre e imprecisa, abrangendo tanto o micro-planejamento setorial como o planejamento macroeconômico mais integrado. Seria talvez conveniente maior esforço de precisão semântica, pela diferenciação entre simples declarações de política, programas de desenvolvimento e planos de desenvolvimento". Outro livro de leitura recomendável a empresários executivos e administradores do setor público é o estudo de Georges André Fichter "O Regime Modernizador do Brasil-1964-1972´ ( Fundação Getúlio Vargas, 352 páginas ). Estudo sobre as interações político-económicas em um regime militar contemporâneo, Georges Fiechter desenvolver neste seu trabalho o que observou nos oito anos que passou no Brasil, inicialmente como jovem estudante e depois como responsável por uma empresa. Fiechter procurou conhecer o Brasil e seu povo e não se contentou em se deslocar de um centro de negócios a outro São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte nem em seguir os itinerários clássicos dos turistas. Sem pretender ser um explorador, deixou as grandes artérias para observar o que passa nas ruelas, saiu das grandes estradas para conhecer o campo e a floresta. Assim sua visão do Brasil engloba o lavrador e o indígena, assim como o operário, o estudante e toda sorte de burgueses. Como acentua Jacques Freymond, diretor do Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais em Genebra, no prefácio deste livro, o objetivo do estudo de Fiechter é importante e apaixonante: "A história do Brasil tem suscitado controvérsias. Questiona-se não somente a legitimidade do regime instaurado em 1964, mas também seus objetivos, métodos de governo, capacidade política e sua eficácia. Contestação e debates tem-se desenrolado, sem interrupção no Congresso, na imprensa, na rua na Universidade, no seio da Igreja. LEGENDA FOTO 1 - Simonsen
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
13
25/01/1975

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