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Aramis

De Feminismo, educação e até o romance glacial

"O Feminismo é um Humanismo", de Rachel Gutierrez (Nobel, 135 páginas, Cr$ 25.000), é um livro que reflete e discute um tema de atualidade, especialmente radicalizado a partir dos anos 60: o feminismo. Partindo de uma concepção filosófica, Rachel Gutierrez procura mostrar o que é a condição feminina na atualidade e porque lutam as mulheres. Fazendo um retrospecto do movimento feminista, refletindo sobre a condição feminina e abordando o tema de forma ampla, a autora se preocupou em oferecer uma obra informativa a um campo de muito interesse. Ao finalizar, traz a conclusão que justifica o título ("O Feminismo é um Humanismo"), sugerindo uma resposta para o sentido último do feminismo. xxx Mais um volume da série "Novas Buscas em Educação": "A Afetividade do Educador" de Max Marchand (112 páginas, Cr$ 19.000). Escrito há mais de 30 anos, este livro teve sua tradução (de Maria Lúcia Barbanti/ Antonieta Barini) decidida pela constatação de que são raros os livros que focalizam o tema "par educativo" do ponto de vista afetivo. Nos múltiplos aspectos que o relacionamento entre o educador e o aluno pode assumir, Marchand soube selecionar um elenco de fatos e comportamentos que tipificam praticamente tudo que pode acontecer. Assim analisa o comportamento de diferentes tipos de alunos e de mestres, faz correlações, extrai conclusões e postula uma atitude realista e válida para o educador. xxx A Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre, está preocupando-se em mostrar que há autores policiais no Sul. Assim em "O assassinato do casal de velhos" (96 páginas, Cr$ 11.500), Glauco Rodrigues Corrêa, a exemplo de "O mistério do fiscal dos canos", localiza a ação numa pacata cidadezinha dos pampas (Santo Inácio do Riçado), na qual personagens já conhecidos - Nonato, o delegado e Turíbeo, o cabo de polícia, procuram enfrentar a pasmaceira do dia-a-dia. Há um crime na pacata cidade, atingindo um pobre casal de velhos, oferecendo trama para todo um exercício de literatura policial. Afinal, nem só em metrópoles é que explodem violência e o gaúcho Corrêa mostra um bom domínio desta linguagem muito especial. xxx Um romance na idade glacial. Partindo desta idéia, Jean M. Auel, uma escritora norte-americana, que nasceu em Chicago e vive em Portland, Oregon, passou muitos anos estudando tudo que se relacionou a este período da Terra. Freqüentou um curso de sobrevivência, aprendeu a fazer pontas de flechas, construir cavernas de gelo e viver alguns dias dentro delas, fazer fogo sem fósforos, etc. O resultado é "Ayala - A Filha das Cavernas" (tradução de Maria Thereza de Rezende Costa, 490 páginas, Cr$ 62.900, Record), que pode ser definida como a saga de um povo que teria vivido 35 mil anos antes de nossa era. O livro conta a história de Ayla, uma menina achada e criada pelo clã que se autodenominou "Urso da Caverna". Loira, clara e feia, Ayla ri, chora e tem a faculdade de falar. Uma espécie nova, destinada a alterar a face daquele mundo primitivo. Pelo inusitado da época e ambiente - e pesquisa honesta empreendida pela autora - um romance que se torna interessante. xxx Um dos mais conhecidos sociólogos brasileiros, Otavio Ianni, professor da USP entre 1956/69, lecionou na Colúmbia University (Nova Iorque), na Universidade Nacional Autonoma, na Cidade do México e na Oxford University, Inglaterra. Autor de uma obra marcante - "A Luta pela Terra", "Colonização e Contra Reforma Agrária na Amazônia" e " Imperialismo e Cultura ", Ianni tem agora em 2a edição o seu ensaio sobre o pensamento de Marx - "Dialética & Capitalismo", lançado pela Vozes. Ianni apresenta a obra de Marx como teoria e história. Procura destacar as suas contribuições teóricas à luz das suas análises históricas. Acompanha a construção das explicações, destacando as configurações sociais que se acham em questão. Busca surpreender as dimensões dramáticas e épicas da dialética do capitalismo. Trata-se de ver como explica, afirma, critica e nega o capitalismo. Dessa forma, pode-se aprender o âmbito teórico e histórico da revolução científica realizada por Marx.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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31
01/09/1985

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