De 17 a 22, a II Vídeo Trade em SP
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de fevereiro de 1989
Quando Cyro Del Nero, cenógrafo e promotor de eventos, de larga experiência internacional, esteve no Festival de Gramado, há três anos, e ali sentiu que o mercado de vídeo, então ainda florescendo, estava pedindo uma grande feira - e que por suas próprias características, o festival da cidade serrana gaúcha não poderia abrigar - teve um estalo genial: por que não fazer um Vídeo Trade em São Paulo. Voltou à capital paulista e começou a trabalhar, de forma que no ano passado aconteceu a primeira feira.
Modesto, não quis arriscar-se num grande espaço: ficou apenas com o palácio dos eventos do Anhembi, normalmente utilizado para espetáculos artísticos, com os estandes espalhados pelos corredores. Arrependeu-se! A participação de distribuidoras, editoras ligadas a publicações de vídeos, produtores de equipamentos etc. foi tamanha que os espaços foram vendidos em pouco tempo e a Feira só teve na falta de maior espaço o seu único ponto de críticas.
E antes mesmo que se encerrasse, Cyro dizia que a segunda edição aconteceria em espaço bem maior. Dito e feito: de 17 a 22, a II Vídeo Trade terá nos amplos espaços do pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, um número tão grande de atrações - tanto para o público como, principalmente, para os que entraram na área comercial de vídeo (distribuição, locação etc.) que centenas de reservas vêm sendo feitas.
Uma competente firma de assessoria de comunicação e eventos, a Primeira Página, dirigida por Luís Carlos Franco, vem abastecendo a imprensa, semanalmente, de notícias que prometem fazer do acontecimento realmente algo que seja indispensável para confirmar como uma área do entretenimento tão sofisticada conseguiu se firmar no Brasil em tão pouco tempo. Eis algumas das atrações.
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No ano passado, foi a Warner que aproveitou a Vídeo Trade para praticamente fazer sua apresentação no mercado de vídeo - acreditando no fim da pirataria. Agora, os 80 anos de intensa e bem sucedidas produções da Metro Goldwin Mayer é que ali terão um super-estande, para mostrar a sua excelente produção prevista para distribuição em vídeos selados.
Os "musts" da MGM serão, naturalmente, os musicais da época de ouro (40/50), já resenhados no VÍDEO GUIA-89, que o jornalista Luciano Ramos tão bem coordenou para a Nova Editora.
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Culturalmente, um lançamento da maior importância: a Vídeo Arte apresentará durante a II Vídeo Trade a coleção National Geographic Vídeo, que nos EUA e Europa têm mais de 100 títulos.
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No ano passado, a Abril Vídeo, com o atrativo sensual das produções da Playboy, teve seu grande estande dos mais visitados. Para a segunda edição, a Abril Vídeo vai mostra a diversificação - que vai do sexagenário (mas ativíssimo) Mickey Mouse às produções bem "adultas" da Playboy. Mickey, aliás, terá um boneco inflável de 15 metros, que será colocado na porta da Bienal.
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Revistas especializadas como a Set, da Editora Azul, também estão programando atividades extras em seus estandes. Na edição de fevereiro, a Set já trouxe cupons para a inscrição dos interessados no Vídeo Rali (gincana com "Videomakers" de todo o país), tirará fotos dos visitantes ao lado do posteres gigantes de astros do cinema. Emissoras de rádio como a Jovem Pan, Globo AM e Excelsior, por sua ves, montarão estúdios na Bienal para acompanhar toda a programação.
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Finalmente uma ótima notícia: a gravadora Continental fechou contrato com a JGC Empreendimentos - empresa que promove o evento - para mostra o que cada Estado tem de mais expressivo musicalmente. No auditório para 1600 pessoas, estarão se apresentando o grupo Chiclete com Banana, a dupla Christian e Ralf, Roberta Miranda, Borghetinho, Gaúcho da Fronteira, Jane Duboc, Altair Veloso, Jamelão e outros. Do Paraná, até agora, nenhum artista anunciado.
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Também não se sabe se fará algum lançamento de vídeo musical, de artista brasileiro. Esta área ainda não foi descoberta pelas distribuidoras.
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