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Aramis

David Niven, Olivier, Burton, Depardieu e Douglas em livros

Ao lado de verdadeiros livros de arte que trouxeram biografias de Carmem Miranda (de Carlos Emmanuel Barsante) e "Gonzaga Por Ele Mesmo" (Ademar Gonzaga, 1901-1978), no ano passado a biblioteca de biografias de artistas foi valorizada pelas memórias de atriz Itala Nandi ("Teatro Oficina - Onde a arte não dormia", editora Nova Fronteira). Atriz das mais conhecidas, a gaúcha (de Caxias do Sul) Itala Nandi, chegou em São Paulo em 1962, ao lado de seu primeiro marido, o crítico de teatro e cinema (depois diretor e autor) Fernando Peixoto, onde, entre 1963/67, participaram ativamente do Teatro Oficina. Embora o memorialismo de Itala se volte especificamente para os seus anos de Oficina - e a importância deste grupo renovador no teatro brasileiro dos anos 60 - a carreira que ela faria, posteriormente, como atriz de importantes filmes faz com que esta obra interesse também aos cinéfilos. Internacionalmente, entretanto, as biografias tiveram uma presença mais intensa, pelo próprio glamour para o grande público em ler sobre as vidas de artistas famosos - seja em versões autorizadas (muitas vezes autobiográficas) ou, quando as chamadas não autorizadas, que trazem revelações mais picantes, daquelas que os personagens reais não gostam de verem contadas. David Niven (1911-1983), que em vida publicou três deliciosos volumes autobiográficos, tem sua vida (re)contada por Sheridan Morley em "O Outro Lado da Lua" de Sheridan Morley (livraria Francisco Alves Editor, 428 páginas, com ilustrações, traduções de Reynaldo Guarany). Além de trazer interessantes revelações, o volume foi acrescido de detalhada filmografia. Laurence Olivier (1907-1989), após ter dois volumes autobiográficos editados pela Globo, teve uma obra com vários autores, focalizando o ator, o diretor e o homem: "Homenagem a Olivier" (Olivier in Celebration, coordenação de Garry O'Connor; tradução de Beatriz Sidou; Editora Globo, 212 páginas). O prefácio brasileiro é de Alberto Guzik. Outro grande ator inglês, Richard Burton (1925-1984) pode ser melhor conhecido através de dois livros a seu respeito cujas traduções saíram este ano no Brasil: "Rich - a vida fascinante de Richard Burton" de Melvin Bragg (Editora Best Seller, 502 páginas). Em tradução em equipe de Evelyn Nay Massaro, Marcílio Britto e Marisa do Nascimento Paro, "Rich, The Life of Richard Burton") está entre os livros mais procurados pelos leitores interessados em conhecerem a vida do famoso intérprete shakespereano. Já a Record, lançou "Richard Burton, Meu Irmão", biografia escrita por Graham Jankins, um de seus irmãos, prefaciada por Elizabeth Taylor (512 páginas). xxx Sem pretender fazer uma autobiografia, o ator francês Gerard Depardieu, considerado hoje um dos mais charmosos atores europeus, em "Cartas Roubadas" (Nova Fronteira) mostra muita sinceridade ao revelar intimidades surpreendentes. Por exemplo, para um ator que já beijou ardentemente atrizes como Isabelle Adjani e Catherine Deneuve, confessar que o sexo freqüentemente condena as relações entre homens e mulheres a piadas, é de fazer pensar. E mais ainda, confessar numa carta ao diretor Maurício Pialat (que o dirigiu em "Sob o Sol de Satã") que nunca se sentiu tão feminino e ciumento quanto na sua presença, enquanto ao amigo Patrick Dewaere, ator falecido em 1982, revelar que gostaria de ter tido uma aventura com ele. Naturalmente, o livro foi dos mais vendidos na França, embora no Brasil - pelo fato de Depardieu não ser um nome ainda popular - passou meio despercebido, inclusive pela falta de maior promoção. O ano se encerrou com o lançamento de uma das mais aguardadas biografias de superstars: "O Filho do Trapeiro" (The Ragman's Son), de Kirk Douglas (Issur Danielovitch Demski, 9/2/1916, na cidade de Amsterdan, estado de Nova York, USA). De suas raízes humildes - seu pai era um trapeiro, recolhendo trastes nas ruas - até chegar a ser um dos maiores atores do cinema - hoje, ao lado de seu amigo Burt Lancaster, Gregory Peck e Marlon Brando, um dos últimos da Hollywood dos anos 40, Douglas conta nas 512 páginas deste livro (Civilização Brasileira, tradução de Elena Gaidano), as suas crises e reflexões, inclusive em torno de suas raízes judaicas. LEGENDA FOTO - David Niven: biografia
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
08/03/1990

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