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Aramis

Conniff S'Broadway para os aplausos curitibanos

As apresentações de Ray Conniff e orquestra neste início de semana (Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, 21 horas, hoje e amanhã, ingressos a Cr$ 6 e Cr$ 8 mil), farão com que uma faixa de pessoas que normalmente prefere o comodismo (e economia) da televisão, se anime a sair de suas casas e, mesmo pagando ingressos que representam quase 50% do salário mínimo, vibrem com o som de um dos mais populares nomes da música americana nestes últimos 35 anos. Pela segunda vez em suas habituais excursões latino-americanas, Ray Conniff incluiu Curitiba dentro de apresentações que nos últimos dias tiveram casas lotadas também em Joinville, Florianópolis e Porto Alegre (*). Entretanto, o público que vai aplaudir Conniff e seus músicos (misturando americanos e brasileiros na orquestra), não ouvirá apenas os seus maiores standards, entre sucessos que marcaram enlevados romances em domingueiras que caracterizavam os embalos dançantes dos jovens dos anos 50/60. Isto porque embora próximo aos 75 anos - que completará no dia 6 de novembro, Ray Conniff procura manter-se up to date em termos de repertório. Assim, suas gravações semestrais - que invariavelmente lhe rendem novos discos de ouro e platina, num contrato que o faz uma das estrelas douradas do elenco americano da CBS (agora Sony Music), mescla temas que aparecem entre os "top 10" mensais - hoje catapultados mundialmente por um esquema maciço de catituagem musical. Conniff, tem, eventualmente, feito algumas produções especiais, reunindo "tunes" afins, e nisto resultou, nos anos 60, a série que, do S'Wonderful dedicado ao grande Cole Porter (1891-1964) aos vários volumes de S'Cinema, atingiu um dos melhores momentos quando popularizou Roders & Hammerstein com seus grandes sucessos na Broadway. No ano passado, Conniff revisitou o mesmo espaço dourado de sons e cores e o resultado foi o excelente "Ray Conniff Plays Broadway" (CBS, o seu mais recente álbum nas lojas) e que, de certa forma, constitui a base dos espetáculos que apresenta nesta excursão brasileira. De sucessos relativamente recentes dos palcos de Londres e Nova Iorque, Conniff soube trazer para seus arranjos suavíssimos, temas como "Memory" (Andres Lloyd Webber / Trevor Nunn), do belíssimo "Cats", inspirados nas poesias de Thomas Stears Eliot (1888-1965) ou "Thank of My", do mesmo Webber, mas já em parceria com Charles Hart, de outro êxito imenso - "Phanton of the Opera" - espetáculo que no elepê ganhou destaque ainda com mais três temas. De uma musicalização em torno de "Os Miseráveis", de Victor Hugo (1802-1885), resultou outro hit broadwiniano, "On my Own", que, com sorte, talvez se ouça hoje (ao menos no elepê, o tema foi incluído). "One", de "Chorus Line" (Marvin Hamlish / Edward Kleban), "Lullaby of Broadway", de "42 Street" (Harry Warren Al Dubin) e especialmente, o esfuziante "Anything Goes", que o mestre Porter compôs em 1934, não deverão faltar. Nota (*) Em junho de 1977, o empresário Manoel Palodian já havia empresariado uma temporada de Ray Conniff e orquestra no Brasil, quando Curitiba foi incluída para uma única apresentação.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
16/04/1991

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