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Coelho, a arte de fazer o biergarten

Desde seus tempos de aluno do curso de arquitetura da Universidade Federal do Paraná, Manoel Coelho, catarinense de Florianópolis, hoje com 46 anos, sempre teve duas paixões: auditivamente, as canções de amor & desamor de Maysa. Visualmente, as belas formas arquitetônicas e físicas ... do belo sexo. Arquiteto da turma de 1964, Coelho hoje um dos mais bem sucedidos profissionais de sua geração. Não ficou apenas na arquitetura para morar ou trabalhar mas, da convivência com uma geração inquieta e talentosa, aglutinada em torno do escritório de Jaime Lerner (antes do poder municipal) e Domingos Bongsbs, Manoel Coelho desenvolveu também o seu lado de urbanista, de homem voltado aos problemas da cidade - em experiências que desenvolveria não só em Curitiba, mas em vários municípios catarinenses, nos quais coordenou projetos importantíssimos. Um dos primeiros arquitetos a enveredar pelos caminhos do designer, criou programação visual para Curitiba na virada visual promovida pelo IPPUC, desenvolveu marcas, símbolos e até cartazes premiados no Brasil e Exterior. Tendo sempre o bom senso do arquiteto que sabe administrar espaços e a visão estética do belo mas funcional, Manoel Coelho é exemplo do profissional que deu certo e que se tornou um griffie da qualidade. Portanto, era natural que, na noite de quinta-feira, rodeado de amigos, fosse uma espécie de pai da noiva na inauguração do Bavarium Park. Para felicidade de dona Olga e do "seô" Artur, coube a Coelhinho todo o projeto e supervisão da imensa obra - construída pela Arce - e que acabou ficando pronta dentro do segundo prazo previsto. Claro que faltaram detalhes - como a fonte d'água, o revestimento nos banheiros, o bar que margeia a própria fábrica de cerveja (isolada em vidro, mas à vista do público), mas serão completados nas próximas semanas. - Até uma atração a mais, como novidade a clientela - diz Coelho. Dentro da privilegiada área que dona Olga Ferreira escolheu para o Bavarium Park, Coelho procurou distribuir os espaços - desde a residência para o casal e seus cinco filhos ("É preciso estar junto dos negócios, para prosperarem" explica dona Olga) até o paisagismo e amplo estacionamento (para 200 carros/15 ônibus), na área defronte à Mateus Leme - ainda em fase de obras. Manoel criou o logotipo-marca do Bavarium Park e deu muitas sugestões de marketing. Canecos personalizados, mesas destinadas a agruparem grupos que venham a se tornar habitues da casa e até a substituição do dinheiro por fichas coloridas, para maior facilidade na administração. Com uma estrutura valorizando especialmente a madeira, grandes vidros, o Bavarium foi a oportunidade de Manoel Coelho provar uma tese de que há muito defendia: a dispensabilidade de decoração extra para uma casa típica. Belíssimo em sua estrutura interna e externa - e os elogios são unânimes - o Bavarium não tem espaços para elementos decorativos tradicionais. Ao longo de seus amplos espaços, a própria característica de biergarten é a decoração maior. Com um detalhe: mesmo inspirada em casas alemãs, a concepção é toda nova, com um partido especial de desenho arquitetônico, num projeto que merecidamente pode dar premiações nacionais a Manoel Coelho em futuros concursos. Uma pergunta que Artur respondeu várias vezes em seu espanhol germanizado, era porque escolheu Curitiba para um empreendimento de tamanho custo: - Porque gostei da cidade. Ela lembra Munique, minha cidade natal. O catarinense Coelho, mesmo sem ser filho de alemães, conseguiu dar forma ao que Artur desejava e graças a isto a cidade ganhou um novo endereço etílico-gastronômico, que, se espera, não fique apenas como modismo deste verão.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
13/12/1987

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