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Aramis

Choros

Uma boa surpresa neste final de ano é o lançamento do disco "Villa-Lobo/Choros de Câmara" , produzido pelo Banco do Brasil. O disco constitui mais um rico documento da obra de nosso maior compositor, além de servir como um cartão de visitas aos clientes do Banco do Exterior, já que na sua contracapa, uma síntese de sua vida e obra estão escritas em cinco idiomas. A direção musical está a cargo de Airton Barbosa e Mário de Aratanha, e é uma pena que esta lançamento não tenha sido também comercializado, para que um público maior tivesse possibilidade de ouvi-lo. No lado ª "Choro n.º 1", executado por Turíbio Santos / violão; "Choro n.º 2", por Carlos Rato/Flauta e José Botelho/Clarineta: "Pica-pau", José Botelho/-clarineta, Paulo Moura/sax-alto, Noel Devos/fagote e mais sete instrumentistas, além do Coro Masculino da Associação de Canto Coral, sob a regência de Mário Tavares: "Choro n.º 4", com "Zdenek Svab. Thomas Tritle e Carlos Gomes de Oliveira/-trompas e Jessé Sadoc/trombone; e "Choro n.º 5 - Alma Brasileira executado por Murilo Santos/piano. No lado B, novamente o "Choco n. º 2 ", agora executado apenas por Murilo Santos/-piano: "Choro n.º 7", pelos mesmos músicos que executam o "Pica-pau" e, finalmente, o "Choros Bis", com Giancarlo Pareschi/-violino e Wastson Clis/violoncelo. Villa-Lobo, como demonstra mais este disco com músicas suas está gradativamente sendo melhor aceito do que em todos os seus 72 anos de vida, embora também tenham crescido, em menor escala, aqueles que o criticam, o que é também demonstrar uma preocupação com sua obra, impregnada de nacionalismo. A explicação é, até certo ponto, simples, já que no Exterior diversos cantores e compositores estão despertando grande interesse pelas músicas de Heitor, como o caso da cantora e compositora Joan Baez. Além disso, sua utilização em filmes, como o caso da Bachiana n.º 5, em "Terra em Transe" e "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, que foram diversas vezes exibidos no Exterior, contribuíram para este fato. Esse disco que agora sai teve inclusive a felicidade de trazer novamente o "Choro n.º 1" , com posto em 1921, que é considerado marco divisor entre o estilo clássico-romantico de suas primeiras composições e o início da preocupação com as raízes populares da música brasileira, embora permanecesse sua formação erudita. Os 14 choros, feitos por Villa-Lobos, aos quais se acrescentam o Quinteto em Forma de Choros e o chamado Choros Bis, originaram-se da convivência do compositor com os chorões do tipo popular, de morro ou de rua, daí sua grande importância na obra fatal do músico. Essas canções, nas rodas de boêmia, eram livremente improvisadas, onde cada instrumento - o cavaquinho, o violão e a flauta - tinham função solista. FOTO LEGENDA- Novo disco com choros de Villa-Lobos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
30/12/1977

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