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Aramis

A Catedral & a reforma (Opus 2)

O velho Belvedere no Alto do São Francisco, onde a Associação Cristã Feminina mantém a sua sede, quase tremeu na tarde de segunda-feira, quando oitenta pessoas se acotovelaram na sala de reuniões do prédio de construção estilo art-no-veau. A ameaça que paira sobre a Catedral Metropolitana, cuja reforma proposta desagradou líderes representativos da comunidade, levou a ACF a convocar um democrático encontro do autor do polêmico projeto, com nomes dos mais respeitáveis da cidade, inclusive o historiador Júlio Moreira. O pesquisador Raphael Valdomiro Greca de Macedo, que levantou a questão através de responsáveis artigos assinados, publicados em O ESTADO e no semanário "Voz do Paraná", defendeu com firmeza os seus pontos de vista, apoiados pela maioria dos presentes. A advogada Rosy Pinheiro Lima, única mulher que já ocupou uma vaga na Assembléia Legislativa, ex-presidente da ACF, também forneceu importantes argumentos e que deixaram bem clara a posição dos que se preocupam com a nossa Catedral - que apesar de sua "pobreza arquitetônica", não deixa de estar diretamente ligada a cidade e sua história. O tombamento da Catedral Metropolitana já foi solicitado ao arquiteto Roberto Sérgio Todeschine, jovem e brilhante diretor do DPHA-SEC, que se mostrou favorável a essa medida. Acontece que Dom Pedro Fedalto, Arcebispo Metropolitano, vê com ressalvas o tombamento da Matriz, pois isso traria uma série de obrigações à Curia Metropolitana. Até agora, mais de uma dezena de entidades das mais representativas da cidade, apoiaram, entretanto, essa iniciativa; entre as quais a Associação Comercial, o Lions Clube Curitiba-Centro, o Clube Soroptimista, o Centro Feminino Paranaense de Cultura, a Associação Cristã Feminina, o Centro de Letras do Paraná etc. Aliás, foi grande a repercussão do artigo publicado na "Voz do Paraná", pelo cardiologista Ary de Christian, médico de Dom Pedro Fedalto, Christian ponderou sobre "a absurda e discutida reforma da catedral", perguntando se não era melhor esquecê-la, começando a Campanha da Fraternidade em casa e destinando os vários milhões necessários às obras da Mitra. Essa é a situação. De um lado, os que querem a total reforma da Catedral. De outro, os que defendem sua manutenção. Vamos aguardar agora a palavra de Dom Pedro.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
13/03/1975

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