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Aramis

Carnavalescos criticam desperdícios da FUCUCU

A polêmica causada pela realização do Baile Municipal, irritando autênticos carnavalescos de nossas escolas, revoltados com as despesas oficiais para a sua promoção, confirma, mais uma vez, que a insistência da prefeitura em se intrometer no carnaval é das mais danosas. - "A obrigação do poder público é apenas auxiliar as escolas-de-samba, permitindo que elas tenham condições de apresentarem um belo espetáculo para o povo", comenta Airton P. Machado, 51 anos, veterano carnavalesco. Miele, presidente da Mocidade Azul, vai mais além: "O que as escolas precisam é de quadras-de-ensaio, em que possam funcionar durante todo o ano". Charrão acrescenta: "Há anos que venho tentando mostrar ao prefeito e à Fundação um projeto para se instalar uma quadra-de-ensaios, que poderia abrigar uma oficina para formar menores-aprendizes, dar emprego a costureiras do bairro e ter uma contribuição real. Infelizmente, embora as idéias de Joãozinho Trinta - quando ele as expõe em Curitiba - sejam aplaudidas pelas autoridades, as nossas propostas ficam esquecidas". Os carnavalescos também têm sérias restrições às "oficinas carnavalescas" - que a presidência da Fucucu tem promovido, com dispêndio de milhões de cruzeiros, beneficiando pessoas de suas relações no Rio de Janeiro. Embora reconheçam competência em alguns convidados, lamentam a falta de divulgação das oficinas, a baixa presença dos carnavalescos e a distância do Centro de Criatividade onde foram realizadas. xxx Há quase 30 anos - no carnaval de 1963 - o então prefeito Ivo Arzua Pereira, apoiando uma infeliz sugestão, promoveu um Baile Municipal, a rigor, realizado no Clube Concórdia. Apesar da promoção ter sido bem organizada, foi um fracasso total. Nem a presença de convidados - inclusive a carnavalesca Eneida de Moraes (1904-1971), que durante anos, promovia o "Baile dos Pierrôs" no Rio de Janeiro, atraiu público. Salão vazio, um ridículo concurso de fantasias, e uma lição que ficou: baile municipal é um risco muito grande. Entretanto, três décadas depois, a Fucucu insistiu em queimar recursos num evento que para os autêntico carnavalescos não teve o menor significado. Muito pelo contrário!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
28/02/1992

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