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Canto foi feminino no II Troféu Elis

O canto foi das mulheres: As cinco premiações do II Concurso Troféu Elis, com sua finalista na última sexta-feira, 13, foram para jovens que, inesperadamente acabaram levando a melhor - vencendo os quatro candidatos. Eram dez mulheres e, se na primeira peneirada, há três semanas, algumas decepcionaram, a seleção subiu na segunda e, no final, as premiações ficaram para estas jovens que, saindo agora do anonimato buscam espaços maiores - embora as chances de profissionalização sejam reduzidas em nossa cidade. Idealizada e dirigida pela incansável Olenka Braga, editora da revista "Côro de Cordas", também cantora afinada, organizada com o entusiástico apoio do irmão Orlando e as manas Jussara, Maria Ligia e Tânia, mais o orgulhoso papai Orlando, esta promoção começou modestamente no ano passado e cresceu tanto que apesar do apoio de Eduardo Dequech, proprietário do bar Lancelot, para a terceira edição aquele espaço do Largo da Ordem não mais se recomenda: para que haja mais conforto ao público e dando aos concorrentes chances de serem melhor apreciados a promoção deve passar para um auditório amplo. No ano passado houve 50 candidatos - dos quais foram selecionados 14. Agora, cresceram para 75 - e os 14 finalistas poderão serem apreciados, em melhores condições de audiência no próximo dia 24, em show no Teatro do Paiol. Caberá, então, ao público julgar se o júri agiu com equilíbrio. Aliás, o bom relacionamento nacional de Olenka e Orlando Braga garantiu presença de nomes nacionais. Na primeira eliminatória, o poeta e produtor Hermínio Bello de Carvalho - que desde domingo se encontra novamente em Curitiba - integrou o júri. Na sexta-feira, o júri contou com a participação da atriz Françoise Fourton, pianista Guga Petri, diretor Jorge Takla (Teatro Procópio Ferreira), de São Paulo; a esfuziante cantora Martha Vieira (que dia 31 de outubro, em promoção da "Côro de Cordas", fará um show no Paiol - do qual deu uma amostragem na canja no intervalo das finalistas), mais o professor de música João Pereira, a fotógrafa Isabel Levinski e este repórter. A jornalista Dinah Pinheiro Ribas, que esteve nas duas primeiras seleções, não pode comparecer a final. O troféu Elis - mais um cheque de Cr$ 15 mil - foi para a afinada Cristina Lemos que deu uma criativa interpretação para "Tigresa" (Caetano). Em segundo lugar ficou Karla Kersten Carvalho com "Na rua, na chuva na fazenda", conseguindo valorizar esta fraca composição de Hildon. Adriana Martins com "Dou Não Dou" (Djavan) ficou em quarto lugar e Suzie Baumel em 4º lugar com "Corsário" (Bosco/Blanc), enquanto Keith Silva emplacou a quinta colocação com "Para Lennon e MacCartney" (Lô Borges/Fernando Brandt). Ubiratã Valiente, que na primeira eliminatória impressionou com uma composição própria, não repetiu a sua boa performance - apesar da bela voz. Os outros três candidatos - Wesley Hummig, José Ernesto Araújo e Roberto Alves Jr., também não conseguiram votação maior. Desde que a promoção sofra algumas mudanças - especialmente nos critérios de votação - e realizado num espaço mais apropriado, o Troféu Elis pode emplacar em nosso raquítico calendário musical. E vamos torcer para que as meninas agora premiadas saiam das tocas domésticas e comecem a mostrar mais vezes, em espaços públicos, suas vozes.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
09/10/1990

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