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Aramis

A boa música

SALVADOR - (VIA VASP TELEX) - Dorival Caymmi Ainda a maior expressão de musica baiana, levou um público de espectadores num dos concertos de musicas popular mais originais que poderia acontecer nesta cidade de tanta musicalidade: em palanque no largo de Pelourinho, entre as casas mais antigas da Bahia, uma dezena delas já com novas cores e iluminação, graças ao projeto desenvolvido pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. O concerto foi sexta-feira à noite e antes de carmim se apresentar houve duas demonstrações de autentica arte baiana, ainda não digerida pela sociedade (sucesso) de consumo: o grau de capoeira do mestre Gato e o famoso Samba de Roda de Cachoeira. Ontem, no mesmo local, um grupo de compositores e interpretes que permanecem fiéis a Salvador -BA, resistindo aos apelos de sucesso do Sul fizeram nova demonstração no mesmo local: Panela. Ederaldo Gentil, Batatinha, Piti, Edyl Pacheco e Riachão. Como Santo de casa aqui, como em qualquer lugar, só faz milagre depois de absorvido pelos esquemas fotográficos empresariais do eixo Rio/São Paulo, o espetáculo teve também a participação dos novos baianos, grupo que após algumas experiências "pesadas" em São Paulo, reencontraram-se com a mais legítima (e honesta) MPB. Batatinha é um crioulo simpaticíssimo, veterano linopista de "A Tarde", que agora está ameaçado de ter que deixar definitivamente sua profissão: Compositor com algumas pequenas obras-primas (inclusive um sucesso nacional na voz de Maria Bethania com um belíssima estrofe: "Meu Desespero é Você/Sou diplomado em matéria de sofrer) - Edyl Pacheco é uma espécie de diretor artístico deste grupo de compositores interpretes de Salvador. Proprietário de uma loja de discos é divulgador regional da Fonogram há mais de um ano, ensaia vôos maiores - só possíveis se decidir fixar-se no Rio de janeiro onde já estão vários de seus amigos - inclusive os baianos mais famosos e ricos. como: Gil, Caetano, e Maria Bethania (fazendo uma temporada de "A Scena Muda" no teatro Castro Alves como sempre de casa lotadas). A dois anos Philos produziu um "LP" reunindo Riachão/Batatinha e Panela ("Samba da Bahia") que apesar do bom nível - e dos entusiásticos elogios de Paulinho da Viola na contracapa, não obteve resultados que animasse a gravadora a investir numa segunda produção. Mesmo com toda musicalidade baiana, com tantos compositores interpretes fazendo sucesso no Rio de Janeiro e São Paulo as oportunidades de gravação em termos locais continuam mínimas. A JS Discos, que há seis anos chegou a tentar uma produção de "Lps" , fazendo primeiro Lp da cantora Maria Creuza (Apollo XI- 1969) onde lançava músicas exclusivamente de seu marido Antônio Carlos (Pinto) até então trabalhando SOZINHO (a parceria com Jocafi - José Carlos Figueiredo, só ocorreria mais tarde) não teve condições de dar continuidade a esse programa - limitando-se a fazer Jingles da JS é Fernando ona, que em 1965 dividiu com Geraldo Vandré a parceria de uma das mais belas marchas ranchos dos últimos anos: "Porta estandarte", premiada num dos festivais de musicas da extinta Excelsior. Há muita gente boa fazendo música de qualidade na Bahia além dos já citados Batatinha, Riachão e Edyl Pacheco, já são bastante conhecidos através de shows no teatro Villa Velha, os cantores Ederaldo Gentil e Piti, além de Panela. O que prova que as gravadoras podem continuar de olho vivo na Boa Terra, para garantirem seus sucessos nacionais. LEGENDA FOTO 1- Caymi.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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09/03/1975

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