Login do usuário

Aramis

A boa MPB na Continental

MI BUENOS AIRES QUERIDO/ GREGÖRIO BARRIOS. Neste seu novo LP, Gregório revive com toda a intensidade tangos como "Mi Buenos Aires Querido" e "El Dia En Que Me Quieras", de Carlos Gardel e Le Pera, prestando assim uma homenagem a Gardel e a cidade de Buenos Aires. Também temos, neste LP músicas como "Desde El Alma" (Rosita Molo), "Trenzas" (Exposito/Pontier), "El Último Café" (Stamponi/Castillo), "Yo No Sé Que Me Han Hecho Tu Ojos" (Canaro), "Caminito" (Feliberto/Penãlosa) "Cafetin de Buenos Aires" (Moraes), "Uno" (Mores/Discepolo), "Pedacito de Cielo" (Francini/Stamponi/Exposito), "Nostalgias" (Cobien/Cadicamo), "Cuando Estemos Viejos" (Martin/ Gutierrez) e "Confession"( Discepolo/Amadori). SIMPLESMENTE/ PAULINHO NOGUEIRA. Depois de "Dez Bilhões de Neurônios", onde sobressaiu-se uma visível preocupação intelectualizada nas letras e elaboração nos arranjos, Paulinho Nogueira reaparece agora com um novo trabalho, "Simplesmente". Aliás, o próprio Paulinho explica a escolha deste título para o LP: "A escolha da expressão "simplesmente" para completar o título deste álbum não foi ocasional. É o nome de um novo samba, que simboliza talvez todo o clima que existiu durante a gravação, e até o próprio sentido de tudo o que ela encerra. Realmente, em toda a minha carreira como artista, eu nunca havia participado de um trabalho tão ardente e tão tranqüilo, embora extremamente dedicado". E complementa: "acho que geralmente não é preciso complicar para transmitir. Em minha carreira os melhores resultados foram obtidos pela simplicidade". Para gravar "Simplesmente", Paulinho Nogueira utilizou-se "somente de seu violão ou craviola, e um regional bem brasileiro, do Evandro, que traz em sua bagagem o sabor do chorinho e de outros ritmos de nossa terra". Além do Evandro, Paulinho contou com os arranjos de Nelson Ayres, maestro cujo talento o surpreendeu no estúdio. A partir de "Simplesmente ( O Bem Verdadeiro)", Paulinho inicia suas estórias que usam imagens de sua infância e de sua vida. É o caso de "Meus Três Cachorros", onde ele fala de Piloto, Timbó e Birico, três fiéis cães que "na forma de morrer refletem a época em que viveram". "Na Procissão de sexta-feira Santa", ele descreve o impressionante desfile de figuras populares de sua terra natal e outras personagens tradicionais da caminhada de Cristo para a Cruz, e que é considerada por ele uma das faixas mais significativas do álbum. As imagens continuam em "Cem anos de Perdão", onde o poeta do quotidiano relata o roubo de seu carro e seu violão, terminando, "ladrão que toca violão, merece cem anos de perdão". Por fim, Paulinho presta tributo a autores como Villa Lobos (solando sua "Bachianinha n. Um"), a Noel ("João Ninguém") e a Luiz Gonzaga ("Asa Branca"), à qual ele dedica um solo de craviola de seis minutos de duração. TRILHA SONORA DO FILME "A NOITE DO ESPANTALHO/ SÉRGIO RICARDO: Neste álbum, a trilha sonora de "A Noite do Espantalho", filme que obteve sucesso no Festival de Cannes e que levou Sérgio Ricardo a participar, em setembro, do Festival de Cinema de Nova Iorque. Trata-se de uma lenda cordelesca que se utiliza de uma simbologia tipicamente sertaneja, aliando perfeitamente a imagem cênica às músicas que ele compôs e que estão reunidas neste LP que a Continental está lançando. Sérgio mostra no mesmo (interpretando ao lado de Alceu Valença, Geraldinho Azevedo, Ana Lúcia de Castro e Joab) toda sua força como compositor estabelecendo, através de suas letras/ canções, uma íntima relação com o roteiro do filme. Ele se explica: "esse casamento perfeito de música com imagem, como se dependesse integralmente do outro, é o que pretendo desenvolver em meu cinema, embora não seja minha intenção somente fazer musicais". E, embora ele seja agora um homem-de-cinema, talvez o precursor de um novo tipo de linguagem no cinema brasileiro, afirma: "o cinema está fadado a me levar o resto da vida, mas sempre junto com a música, pois uma das coisas que mais gosto de fazer na vida é trilha sonora de filme" declarou ele em recente entrevista à Última Hora carioca. Eis a seleção das musicas do LP, em seqüência: "Canção do Espantalho", "Historia Que Se Conta", "Pena e o Penar", "Tulão das Estrelas", "Pé na Estrada", "Noite de Maria", "Mutirão", "Festa do Mutirão", "Briga de Faca", "Martelo a Bala e Facão" e "Macauã". LEGENDA FOTO 1- Um curioso lançamento da RGE: um compacto duplo com músicas religiosas em homenagem a N. S. Aparecida.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
10
10/01/1975

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br