A boa estrela de Enéas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de março de 1985
Para quem conhece Enéas Faria, sua bela vitória para a primeira secretaria da mesa do Senado Federal não surpreende. Afinal, desde que frequentava a escola primária, Enéas sempre se revelou um educado e habilidoso negociador, em termos políticos. Assim foi, desde garoto, aprendendo a conquistar adeptos e, naturalmente, ocupando cargos, até chegar à presidência da União Paranaense dos Estudantes Secundários, numa época em que a política estudantil fervilhava.
Trabalhando em televisão e publicidade, após um estágio como repórter da Sucursal da "Última Hora", em Curitiba, entre 1962/63, Enéas integrou-se aos partidos da oposição, fazendo carreira na Câmara de Vereadores e chegando depois à Assembléia Legislativa com a maior votação já obtida, até então, por um candidato em primeira legislatura.
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A fidelidade aos amigos, a simplicidade que sempre o distinguiu e, sobretudo, a harmonia com que procura conduzir os mais delicados momentos da política, o que não elimina sua ética e integridade, deram a Enéas, em apenas dois anos no Senado, condições para obter na difícil eleição da semana passada, 52 votos, muitos a mais do que conseguiu o próprio presidente da mesa José Fragelli.
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José Richa já devia a Enéas Faria sua eleição, em 1980, pois foi graças ao sacrifício de Faria em trocar uma reeleição certa para a Assembléia pela dobradinha ao Senado, pelo PMDB, que deu ao hoje governador do Paraná condições de vencer a Túlio Vargas. Agora, prestigiado no Senado, a liderança de Enéas junto ao PMDB do Paraná, cresceu mais e, tranquilamente, poderia vir a ser o candidato natural à reeleição, dentro de dois anos. Ainda bem que vão ser duas vagas.
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