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Aramis

Alcione, afinal um bom disco

Alcione, afinal um bom disco Sem dúvida a transferência de Alcione Nazaré (São Luiz, Maranhão, 21/11/1947) da Polygram (na qual permaneceu por 10 anos) para a RCA foi benéfica. A prova disto está no excelente "Almas & Corações", seu novo disco e, em nosso entender, um dos melhores – senão o melhor – momento de sua carreira fonográfica. Liberta, enfim, dos maneirismos excessos que a prejudicaram por tantos anos, Alcione limita-se a utilizar bem a sua voz e valorizada por um esplêndido repertório, realizou um disco equilibrado e maduro. Produzido por Ivan Paulo – também responsável pelos arranjos de seis faixas. Os demais arranjadores convocados - a exemplo dos musicos arregimentados - também se esmeraram no trabalho: Nelsinho, Leonardo Bruno, Luizinho, Bunn e Hilton Assunção. Desde a grande produção que foi "Um Ser de Luz" (João Nogueira/Mauro Duarte/ Paulo Cesar Pinheiro), arregimentando o Coral das Docas do Rio de Janeiro pela primeira vez numa das faixass do ultimo lp de Clara Nunes), somados a excelentes percurssionistas, cordas e metais – até a singeleza de "A Despedida" (João Bigodinho), no ritmo tradicional maranhense, exclusivamente com zabumba, matracas e tambor – temos um disco de alto nível, . Nei Lopes, compositor esmerado (e que deve Ter seu segundo lp, como autor e intérprete, produção da Lira Paulistana/Continental, lançado nestes dias) é autor de três das melhores faixas: "Que Zungu", "Maracatu do Meu Avô" (parceria com Leonardo Bruno) e "Velho Barco", esta parceria com Reginaldo Bessa, autor de "Qualquer Dia Desses" – outra das belas músicas. A faixa que dá título ao lp – autoria de Almir Guineto/Luverci Ernesto ("Almas & Corações"), tem um profundo sentido social. Toco é o autor de "Rapsódia da Saudade", também participando como intérprete. A própria Alcione é co-autora de "Amor Em Tom Menor". Com um visual bem agradável, limpeza na voz e, sumamente controladas – distante das piruetas e apelações da época do "alerta Geral" – a Alcione-83 está bem mais agradável. Embora não se deva estabelecer comparações, começa a trilhar o caminho que um dia Clara Nunes seguiu. Se continuar assim, a cantora maranhense talvez até chegue a ocupar o espaço que a grande mineira Clara Nunes deixou vago a 2 de abril deste ano.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
17
11/09/1983

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