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Aramis

Ah, a Boca...

______________ Dante Mendonça - Pessoal vamos pra boca que o papo aqui tá fraco. Assim terminou na noite de terça-feira o jantar anual da "Boca Maldita", presidida pelo "democraticamente insubstituível", bacharel Anfrísio Siqueira. O que de certa forma, define o comportamento deste tradicional evento: de uma festa que até uns tempos atrás vinha mantendo o seu ar democrático e, sobretudo, ferino, hoje vem se transformando num palco de distribuição de prestígio e até de comendas. Apesar dos esforços em contrário do seu venerável presidente. Segundo os reais freqüentadores da Boca, é inacreditável o volume de conchavos, acertos e pedidos que deságuam sobre Anfrísio Siqueira, nos dias que antecedem o acontecimento: "Comendador da Boca", hoje, é símbolo de status, de popularidade, de notoridade. E qual o deputado, empresário ou seja lá quem for, que não gostaria de possuir tal "título"? Mas mesmo assim, é inegável, o jantar da Boca deste ano chegou a ser quase brilhante. O quase vai pelo descontentamento de alguns pelo cardápio - 150 cruzeiros por pessoa - e até pelo orador deste ano - Luiz Geraldo Mazza - pois os que ouviram o advogado Renê Dotti, no ano passado, saíram da festa lamentando. Uns até arriscaram, já na Avenida Luiz Xavier, um comentário típico da Boca: - O mazza falando sério é um desastre. FOTO LEGENDA- Comenda para o jornalista Mussa José Assis.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
15/12/1977

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