As águas contaminadas nas piscinas da cidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de janeiro de 1986
O racionamento d'água que, longe de ser suspenso, pode até ser ainda mais radical, recomendaria uma providência da Secretaria de Saúde e Bem-Estar Social, se esta Pasta não fosse tão inoperante: uma pesquisa sobre a situação das águas das piscinas públicas da cidade.
Há quatro anos que nenhum levantamento sobre a situação das piscinas da cidade é feito. E considerando os resultados que apresentavam os estudos feitos até 1982 - sempre indicando contaminação das mesmas por coliformes e S. Aurios (bactérias patogênicas), é de se acreditar que a situação só piorou neste período.
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Em 1965, o professor Alceu Schwaab, titular da cadeira de Microbiologia e Tecnologia de Fermentação do curso de Química da Universidade Federal do Paraná, fez, pela primeira vez, um estudo sobre as águas de todas as piscinas de Curitiba. Os resultados foram alarmantes: 90% das mesmas apresentavam altos índices de contaminação por coliformes. Levados os resultados ao então secretário da Saúde Pública, médico Ayrton Ricardo dos Santos (hoje administrador do Teatro do Sesi), a atitude foi imediata: interdição das piscinas até que os responsáveis pelas mesmas (a maioria pertencentes a clubes) tomassem providências de fluorização das águas.
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Em 1982, Alceu Schwaab, assesorado pelo pesquisador Mario Branco, fez a última pesquisa a respeito. Os resultados continuavam preocupantes, com muita contaminação das águas - inclusive em piscinas de clubes classe "A". Hoje, a situação é desconhecida - mas com a freqüência cada vez maior e a impossibilidade de renovação da água, a atitude mais sensata seria refazer os exames e, constatada a contaminação, interditá-las por um bom período. A reclamação seria grande, mas se atingiriam dois objetivos: economia no consumo d'água e, ao mesmo tempo, uma limpeza em regra nos parques aquáticos da cidade.
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