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Aramis

Afinal, a biografia autorizada de Greta

Se o saudoso Ernani Gomes Corrêa (Curitiba, 19/4/1913 - 15/2/1981) estivesse vivo e escrevendo a sua "Roda Gigante" na TRIBUNA DO PARANÁ, que ele manteve desde o número um até três dias antes de sua morte, por certo que dedicaria no mínimo duas colunas a um livro que acaba de chegar as livrarias: "A Divina Garbo", de Frederic Sands e Sven Broman (Editora Nórdica, 200 páginas, 890,00). Afinal, poucos cinéfilos foram mais apaixonados pela mitológica atriz sueca-americana e entre as dezenas de livros que EGC deixou para seu sobrinho José Maria Corrêa, pelo menos uma dezena eram preciosas publicações estrangeiras sobre a estrela de "Rainha Cristina". José Maria Corrêa, advogado, ex-vereador e hoje diretor da Polícia Civil, herdou não apenas a biblioteca de seu tio mas também o amor pelo cinema - embora não uma paixão tão extrema por Garbo, cujos filmes, por sua própria juventude, não acompanhou. Quem é um apaixonado tão grande quanto foi Ernani por Greta Garbo é o cinéfilo, pesquisador e hoje empresário do setor de cinema Estevão Rainer von Harbach, 40 anos, que após ter passado alguns anos em Hollywood, instalou um original escritório-loja para venda de vídeos, cartazes, fotos, revistas, livros e tudo o mais que se relaciona ao cinema. Assim, foi natural que Estevão adquirisse vários exemplares de "A Divina Garbo", biografia que Sands e Broman escreveram entre 1977/79, ano de sua primeira edição pela editora Grosset & Dunlap, dos Estados unidos. Famosa por sua reclusão após ter feito em 1941 seu último filme nos Estados Unidos - "Duas Vezes Meu" (Tho Faced Woman), 1941, de George Cukor (1899-1983), o fato de Greta Garbo ter concordado em falar durante muitos dias com um jornalista e autorizado uma biografia se constituiu, sem dúvida, num fato histórico. Afinal durante mais de 40 anos a sueca Greta Loysa Gustafsson (Estocolmo, 1905) tentou viver anonimamente em seu apartamento em Nova York, mas perseguida até a sua morte - em 15 de abril deste ano - por fotógrafos e repórteres que tentavam obter fotos e declarações. Garbo tornou-se, assim, sinônimo de auto-reclusão e inspirou até obras de ficção, como o filme "Garbo Talks" que Sidney Lumet realizou em 1984, com Anne Bancroft inédito nos circuitos comerciais mas lançado em vídeo selado. Embora editado há 11 anos nos EUA - e com publicações em vários países - "A Divina Garbo" há tempos constava do programa de publicações do editor Jaime Bernardes, que tem enriquecido a bibliografia de cinema em língua portuguesa. Com a morte da atriz, o lançamento foi apresentado e assim pode-se conhecer esta visão oficial da vida da atriz de "Ninotchka", com quem Frederick Dands teve um encontro casual na casa de uma amiga mútua, em Kloster, Suiça, numa tarde do verão de 1977. Jornalista internacional, amigo de Charles Chaplin e Oana - sobre quem já havia publicado uma biografia também aceita pelo casal - conquistou a simpatia de Greta Garbo e, desenvolvendo um trabalho em colaboração com o sueco Sven Broma, pode produzir uma obra das mais interessantes - e que abordando uma atriz que por 50 anos ausente das telas ficou como sinônimo de uma fase do cinema mágico, em filmes que, quando reprisados na televisão, ainda provocam emoções em seus fãs - e chegam mesmo a despertar interesse dos mais jovens. LEGENDA FOTO - Greta Garbo: biografia autorizada.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
2
16/09/1990

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