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Aramis

Affonso, a poesia feita da realidade

Para reiniciar o projeto Encontro Marcado, o jornalista Araken Távora traz a Curitiba na próxima semana um trio de peso: Affonso Romano de Sant'Anna, sua esposa Marina Colassani e o polêmico Fernando Gabeira. No anfiteatro da Universidade Católica, nas noites de 24 e 25, estes autores estarão falando suas obras, politica e realidade literária destes novos tempos. Encontro Marcado foi iniciaddo no ano passado, naturalmente aberto com Fernando Sabino ( que cedeu a Araken o Titulo para o prójeto ) e vinha sendo realizado no auditório da Reitoria da UFP. Entretanto, devido a falta de colaboração da septuagenária instituição, Araken decidiu transferi-lo, nesta, segunda etapa, para o campus da UCP, onde já havia sido realizado, ainda no ano passado, o encontro com o poeta Ferreira Gullar. xxx Professor universitário, ex-diretor do Departamento de Letras da PUC-RJ, autor de vários livros de poesias e ensaios literários, Affonso Romano tem também se dedicdo a textos politicos, inclusive numa colaboração regular no " Jornal do Brasil ", " Folha de São Paulo " e " Isto É " . Seu mais recente livro é " Politica e Paixão " ( Editora Rocco, 192 páginas, Cr$ 11.500. ), no qual coloca suas idéias up to date. Para ele, a poesia deve ser construida com sangue e vida, " traduzindo o cotidiano e a perplexidade de um povo diante dos fatos históricos - fazer poemas especialmente para a televisão. Vinculados ao noticiário e com dia e hora para serem lidos ". A partir de uma afirmação do ex-governador mineiro ( como ele ) Francelino Pereira - " Que País é este ? ", Affonso produziu um poema politico que se tornou clássico desta década. Agoara, reunindo seus textos num volume da Rocco, é possível conhecer sistematicamente seu pensamento recente, como ele mesmo diz, " escritos com fúria, outros com indignação, mas sempre com muita paixão ". Poeta de sua época, Afonso diz : - " Quero lançar a poesia não no suplemento literário , que é um lugar viciadamente frio e, em geral, afastado do cotidiano ; mas colocar a poesia ali no meio das noticias quentes. Ë um risco. Um imenso risco. Mas o resultado parece ter sido dos mais fascinantes : de repente, o público leitor de jornal, cerca de um milhão de pessoas, interagindo com a poesia que lhes fala de seu presente e de sua perplexidade. Uma poesia que eu não quero literária, mas que transmita sangue e vida. Enfim, politica, paixão e poesia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20/04/1985

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