30 anos sem Carmen
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de agosto de 1985
Quando dirigiu o antigo Instituto Nacional do Cinema, o pesquisador Ricardo Cravo Albim tinha um projeto que não pôde concretizar: conseguir junto às produtoras americanas cópias de todos os filmes nos quais Carmen Miranda trabalhou. Lamentavelmente, não existe no Brasil as cópias dos filmes que "A Pequena Notável"- apelido artístico que ela ganhou de César Ladeira - fez na América. Assim como também há raros registros de sua passagem pelo nosso cinema. Um dos poucos filmes nas quais aparece - ao lado da irmã, Aurora - (e também cantora, ainda viva e que dirige, no Rio de Janeiro, o Museu Carmen Miranda) - foi "Alô, Alô Carnaval"de Wallace Downey e Ademar Gonzaga.
Vez por outra, na sessão da tarde da televisão é exibido algum dos filmes feitos por Carmen. Mas nunca houve uma mostra organizada e completa de todos os filmes. Após "Serenata Tropical" (1940), Carmen fez "Uma Noite no Rio" (41), "Aconteceu em Havana" (41), "Minha secretária brasileira" (42), "Entre a loura e a morena" (43), "Quatro moças num jipe" (1944), "Serenata boêmia" (1944) e mais sete até 1953. Na verdade, comédias e musicais insignificantes em termos artísticos - mas que funcionavam na bilheteria. Entre os atores e atrizes que participaram destes filmes estavam nomes famosos na época: Kai Francis, Betty Gable (que foi mulher do pistonista e band-leader Henry James), Maria Montez, Don Ameche, Edward Everett Horton, Wallacew Beery, César Romero, John Payne, Jerry Lewis e Dean Martin e Elizabeth Taylo (em "O Príncipe Encantado", 1948).
Em quase todos, Carmen se exibia em números musicais com o Bando da Lua, que havia se modificado com o ingresso de Anibal Augusto Sardinha (o célebre "Garoto"), no lugar de Ivo Astolfi. Em 1941, substituído por Laurindo Almeida - violonista até hoje radicado nos EUA.
Enviar novo comentário