Mais do que as eleições de um clube associativo, de interesse restrito aos seus membros, o pleito marcado para o Santa Mônica Clube de Campo, no próximo dia 14, adquire um sentido político - que extrapola a área.

E o bom Cartola se foi. Na madrugada de domingo, o querido e imenso Agenor de Oliveira, poeta maior, foi reforçar o time celestial que, como tão bem disse o amigo Alceu Schwaab, está ficando cada vez melhor que o time cá de baixo. Por telefone, o parceiro e padrinho de Cartola, Herminio Belo de Carvalho, nos comunicou, ontem ao amanhecer, a morte do autor de "As Rosas Não Falam". O que acrescentar frente a uma pessoa tão maravilhosa quanto Cartola, que tivemos a felicidade de conviver, mesmo que rapidamente, nas vezes em que aqui esteve?

ESTRÉIA hoje, o show de música e dança da Bahia "Oriki 1", no auditório do Colégio Estadual. Dirigido por Gessy Gesse, o "Oriki 1", fez sucesso no festival mundial de teatro em Nancy, na França e foi destaque no badalado congresso mundial de bruxaria, realizado em Bogotá.

EMBORA repetisse algumas das idéias que tem levado em muitas conferências e palestras, o discurso que o prefeito Jaime Lerner fez na noite de segunda-feira, no jantar comemorativo aos 15 anos do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba, teve um maior significado. Afinal, Jaime integrou a pioneira assessoria de planejamento urbano, que em 1965 se transformaria no IPPUC - hoje uma instituição-modelo no Brasil e cujo know-how tem auxiliado inúmeros municípios brasileiros, inclusive em Rondônia - como aqui registramos domingo.

A frente da coordenação de Curitiba do Programa de Voluntariado Paranaense, a sra. Fany Lerner decidiu há um ano empreender projetos práticos e viáveis, capazes de atingir a comunidade carente de forma objetiva. Assim, junto com um grupo de colaboradoras, vem desenvolvendo o programa de "Creches de Vizinhança", já com duas unidades instaladas - Jardim Paranaense e Pilarzinho e mais duas com inauguração prevista para as próximas semanas nos bairros de Solitude e no Jardim Urano.

EGOM PRIM, presidente da Federação Paranaense de Karatê, está se preocupando em difundir este esporte e como é homem ligado ao cinema - diretor da CIC no Paraná e ator convidado para um dos papéis de "Suite Número 5", que Wilson Rodrigues começa a rodar este mês em Curitiba - pensa até em fazer um documentário a respeito. E para provar que o karatê no Paraná está indo bem, basta dizer que o atleta Adão Antonio Pedroso, da Kodokan de Curitiba (dirigida pelo faixa-preta Aldo Lubes) obteve o terceiro lugar no campeonato nacional realizado em Salvador, na semana passada.

A etapa final do festival de MPB "Todos os Cantos" - a partir do dia 8, no Guairão - coloca em questão, mais uma vez, o problema da música popular em nosso Estado. Realizado em oito etapas, com eliminatórias em diversas regiões do Estado, esta promoção da Secretaria da Cultura e do Esporte, nasceu de uma indagação do governador Ney Braga: "por que o Paraná ainda está ausente do panorama musical nacional?

O editora Luís Renato Ribas, da Digital, está fazendo uma de suas equipes trabalhar algumas horas extras para concluir até a próxima semana a impressão de "Boca Maldita", um volume de 80 páginas, que pretende ser uma apreciação sociológica de uma das mais características instituições da cidade; hoje com estatutos (elaborados pelo advogado Rene Dotti) e diretoria constituída - embora o presidente (e fundador) seja perpétuo (enquanto viver), o advogado Anfrísio Siqueira.

QUANDO assumiu a Prefeitura, há 19 meses, o arquiteto Jaime Lerner levou como uma das novas idéias o desenvolvimento de um programa intitulado "Unidades de Vizinhança", com características especiais, destinada a aproximar as comunidades do Executivo, formar lideranças e realizar programas objetivos de trabalho. Problema políticos e incompreensão de alguns setores impediram que o projeto, em sua totalidade, fosse desenvolvido até agora, embora seja dos mais coerentes e felizes, entre os muitos que Lerner idealizou.

Pehr G. Gyllenhammar, 46 anos, há 8 anos na presidência do grupo Volvo, chegou no Rio na manhã de quinta-feira, 4, e, poucos minutos depois, viajava num jato particular para Curitiba. Aqui só passou pela suíte presidencial do hotel Caravelle e seguiu para a fábrica que seria inaugurada pelo presidente João Figueiredo. Pela primeira vez - visitou as instalações onde já foram investidos quase US$ 140 milhões, reuniu-se com os diretores - suecos e brasileiros, discutiu alguns projetos e almoçou.

Quase que paralelamente ao julgamento do 11º concurso de dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro, no Rio de Janeiro, realizou-se em Curitiba o julgamento do I concurso paranaense de dramaturgia, instituído pela Secretaria da Cultura, através da Fundação Teatro Guaíra, para estimular os autores do Estado.

Felizmente as (excelentes) edições da Basf, multinacional conglomerado industrial que desativou seu setor fonográfico, estão saindo no Brasil pela Copacabana. E graças a isto pode-se adquirir algumas das melhores gravações feitas por Oscar Peterson e do excelente grupo vocal The Singers Unlimited. Com o pianista Peterson, acompanhando por Orsted - Pedersen (baixo) e Louis Hayes (bateria) temos "Great Connection", com sete faixas: "Younger Than Springtime", "Where Do We Go From Here", "Smile", "Soft Winds", "Just Squeeze Me", "On The Trail" e "Wheatland".

Os mocinhos estão cavalgando novamente nas telas a julgar pelas produções americanas que estrearam este ano nos Estados Unidos e que, agora, começam a chegar ao Brasil: "Tom Horn" já em exibição (Cine São João, permanecendo em segunda semana a partir de amanhã), "Cavalgada de Proscritos" - mais uma revisão da saga de Jesse e Frank James, programado para breve, sem contar "Bronco Billie", que Clint Eastwood interpreta e dirige, inspirado na vida do famoso vaqueiro que se tornou herói dos primeiros bangue bangue de Hollywood.

Amanhã, ao entardecer, uma homenagem dos amigos e admiradores do Divino Cartola, falecido há uma semana: na Igreja da Ordem, missa em sufrágio de sua alma. A iniciativa partiu de vários amigos, coordenador por Cláudio Ribeiro, que há 3 anos, quando Cartola passou por Curitiba, dentro do Projeto Pixinguinha, recebeu do mestre alguns conselhos na arte de compor um samba. Junto com o arquiteto (e parceiro) Homero Rebolli, Cláudio soube aprender o que Cartola transmitiu - e a ele dedicou um belo samba.

Nunca esqueço o exemplo de Elomar Figuera de Melo: há 7 anos, seu "Das Barrancas do Rio Gavião" (Philips, produção de Roberto Santana) passou despercebido e só no ano passado, com "Na Quadrada das Águas Perdidas" teve o reconhecimento nacional, especialmente através da premiação pela Associação Paulista de Críticos de Arte como personalidade do ano, área MPB. Hoje Leomar é um artista famoso e que acaba de ter o seu show com o pianista Arthur Moreira Lima lançado em elepê pela Marcus Pereira, infelizmente atualmente sem divulgação no Paraná.

Uma vez, lá por 1962, o eterno Vinícius declarou que "São Paulo era o cemitério do samba. Pra que o poetinha foi dizer isto!

Quando o ex-ministro Amaury Silva entrou na sala do restaurante Guilhobel, onde se localiza a chamada mesa da diretoria, às 16,15 horas de sábado, 6, foi recebido com aplausos, em pé, por uma dezena de pessoas.

O jantar de confraternização que marcará o 25º aniversário da Boca Maldita (sábado, 13, na Sociedade Thalia) poderá ter, este ano, ao menos uma presença feminina: da socióloga e professora Maria de Lourdes Montenegro, uma das mulheres mais inteligentes e atuantes da cidade, atualmente integrando a equipe de apresentadores da Rádio Cidade.

Celso Locker, 33 anos - advogado, compositor e letrista, a exemplo de muitos outros talentos, começou cantando no Clube Mirim M-5, na Rádio Guairacá, nos anos 50. E na "Voz Nativa da Terra dos Pinheirais" aprendeu a administrar a dupla Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, artistas da maior popularidade no Estado.

Depois do "Aprenda a Nascer com os Índios" (Editora Brasiliense, 19979), o médico Moisés Paciornick está escrevendo novo livro: "Aprenda a Viver com os Índios", ainda sem editor contratado. Outro ensaio, a meio caminho andado, é "Erros Médicos". Em ambos, o estilo ameno, bem-humorado, que caracteriza suas crônicas - que há anos vem publicando na imprensa, e onde transmite sua visão do mundo, da medicina e, nos últimos anos, da vida indígena, que aprendeu a observar. Na semana passada, Moisés soube que seu filho, Cláudio, 27 anos, também médico, está agora no Nepal.