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Aramis

Artigos por data (1975 - Abril)

Artigo em 22.04.1975

Apesar do cansaço da viagem - veio de Caxias do Sul, onde sábado fez um show em clube daquela cidade gaúcha - e de ter dormido muito pouco, Vinicius de Moraes, 62 anos, não poderia estar de melhor aspecto no domingo que passou em Curitiba. Alegre, bem disposto, o quequerido Vaninha não recusou nenhum autógrafo e atendeu com boa vontade mesmo os mais inconvenientes e insistentes admiradores.

Scherzade de Korsakov

Artigo em 23.04.1975

O respeitado The New York Times, na semana passada, dedica extensa reportagem a Curitiba, destacando as transformações ocorridas na administração de Jaime Lerner, salientando sua preocupação em assegurar "um desenvolvimento que não a transformasse num depósito de neuroses e frustações". Registrando a publicação, o colunista Zozimo Barroso do Amaral, do "Jornal do Brasil", destaca o trecho em que o New York Time lembra que a capacidade do ex-Prefeito é posta em dúvida diante de "sua nova quase impossível tarefa de coordenador da região metropolitana do Grande Rio".

Musical Polisch Style

Enquanto "Era Uma Vez em Hollywood" (That's Entertainment, 74, de Jack Halely Junior) não chega a Curitiba, os fãs dos musicais podem ter uma compensação assistindo ao balé "Bazowsze" (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, de quinta-feira a domingo, 21 horas, Cr$ 80,00 o ingresso). Pois, ao lado de seus méritos coreográficos e da natural atração para a imensa etnia polonesa, o conjunto nacional de canto e danças da Polônia apresenta, ao longo de seu movimentado espetáculo, alguns números que nada ficam a dever a seqüências de alguns clássicos de Arthur Freed nos anos de ouro da MGM.

O barítono Titta Ruffo

Prosseguindo os lançamentos de sua prestigiada etiqueta Red Seal, a RCA Victor está colocando no Brasil um disco para entusiasmar os fãs da música lírica: "Titta Ruffo - O Barítono do Século" (Victrola, 108.5013), março/75). Explica o musicólogo George Jellinek que Titta Ruffo (1877-1953) foi o membro baritonal daquele triunvirato de super-astros que reinou nas duas primeiras décadas deste século integrado pelo tenor Enrico Caruso e pelo baixo Feodoro Challapin. Aprendiz de ferreiro na infância, revelou-se um artesão de méritos em metal.

Um novo talento

Um novo e promissor talento na música popular brasileira: Milton Carlos. E junto com ele, surge uma cantora de rara sensibilidade: Isolda. Produzidos por Marcelo Doram e Sérgio Sá, tem o eu elepê de estréia n a praça ("Samba Quadrado", RCA Victor, 103.0119, fevereiro/75) com vigorosas composições próprias, ao lado de outras músicas marcantes, já conhecidas.

Artigo em 24.04.1975

O Rotary Clube de Curitiba-Oeste, presidido por Oswaldo Obroslak, editou uma plaqueta (16 páginas, distribuição gratuita) em memória de Avelino A. Vieira, com texto do advogado Fernandino Caldeira de Andrade e antecedido da oração que o ex-governador do RC, Mario de Queiroz, proferiu na reunião em que o clube homenageou o fundador do grupo Bamerindus.

Artigo em 25.04.1975

Paulo Leminski, 28 anos, ex-seminarista num convento beneditino, poliglota, hoje circunspecto redator da P A Z, às vésperas de realizar o sonho de uma década: ver em letra de forma o Catatau, onde em 180 páginas, joyceanamente sem pontos e parágrafos, desenvolve suas vanguardistas idéias em torno da palavra & da comunicação.

A Parada do Samba

Quase três meses depois do Carnaval, os sambas-de-enredo continuam a render fonograficamente. Tanto é que o volume 8 da série "Samba é Uma Parada" (Polyfar, Phonogram, 24945339, março/75), é dedicado a uma seleção de sambões que apareceram no último Carnaval. Com o mesmo anônimo grupo que fez os sete elepes anteriores desta série - e justifica-se este anonimato pelo fato de serem artistas profissionais, comprometidos contratualmente com outras vocalistas e percussionistas desfilando uma série de músicas que agradaram ao público, ao ponto de serem apontadas pela Pesquisa Ibope.

A MEMÓRIA (FILMADA) DE "70 ANOS DE BRASIL"

"Um dos mais importantes documentários sobre o Brasil estará em exibição no Cinema I/Sala Scala a partir de segunda-feira: "70 Anos de Brasil". Reunindo trechos de cine-jornais e documentários, o cineasta Jurandyr Noronha realizou um grande painel, um grande mural, onde importantes acontecimentos são revividos dentro de uma organização narrativa que procura contar uma história em cinema do que o cinema registrou de nossa História, neste século. "70 anos de Brasil" tem pré-estréia no sábado à meia-noite, e no domingo será apresentado para historiadores e professores.

Artigo em 26.04.1975

A fauna que tradicionalmente prestigia as badalativas vernissages de nosso mundo plástico, estava meio restrita, quinta-feira, na inauguração das boas gravuras de Edith Behring, Esther Neugroschel, Maqria Bonomi, Clarisse Gueller, Dionízio Del Santo, Reina Katz, Paixão e Lyria Palombini, na galeria Cocaco. Em compensação, houve uma presença nova: o advogado Wolodymyr Petryshyn, 33 anos, checolosvaco radicado em Toronto, que percorre a América do Sul com uma curiosa missão: encaminhar documentação de imigrantes interessados em se radicarem no Canadá.

Mauriat e seus sucessos

Há certos maestros arranjadores que conseguem, em cada época descobrir o exato gosto da classe média e com isso garantir excelentes vendas, para seus elepês. Já houve a época de Glen Miller, outra de Harry James, depois vieram Ray Conniff, Ray Anthony, Billy Vaughan, Mantovani, André Kostalenetz e Percy Faith. Hoje, o mercado é de Paul Mauriat, marselhês, de bom gosto e boas idéias [harmônicas], que tem todos os seus discos consumidos avidamente pelo fã-padrão da música internacional .

A vez de Candeia e Mano Décio

Embora seja uma pequena gravadora, a Tapecar tem procurado valorizar bastante os talentos mais expressivos e autênticos da Música Popular Brasileira. Uma prova disso são dois excelentes elepês lançados há alguns meses, que dão chances para nomes pouco conhecidos fora dos círculos ligados ao samba dos morros cariocas, mas com uma obra que os fazem merecedores de todo o respeito e admiração: Candeia e Manoel Décio da Viola.

A batalha de Assis

O experto José Domingos Raffaelli, colaborador regular de O ESTADO, está há anos empenhado num levantamento fonográfico das edições de elepês jazzísticos feitas no Brasil. Um trabalho difícil pela falta de informações e não pelo número de discos. Isso porque além de existirem poucos jazzmen no Brasil são ainda reduzidíssimas as chances deles gravarem. Mesmo instrumentistas mais conhecidos junto ao grande público, como o pianista Dick Farney (também um bom cantor)) sempre teve grandes dificuldades em perpetuar em gravações as jam-sessions das quais tem participado.

O mestre Jacob

Dispondo de um dos mais ricos acervos da música popular brasileira, a RCA Victor tem, ao longo dos últimos 15 anos, produzido algumas séries documentais. Infelizmente, sempre faltou [à] sua direção o bom senso para contratar um record-man de grande sensibilidade e preocupação de pesquisador musical, capaz de dar regularidade e senso bibliográfico [às] reedições, assim como João Luiz Ferretti vem fazendo na "Série Histórica" da Continental e produções avulsas da Chantecler. Desta forma, pelo selo Canden, aparecem reedições importantes, mas avulsamente, sem um trabalho organizado.

Uma boa reportagem

Banas - Revista Industrial e Financeira, em seu número 1088, semana de 10/16 de março de 1975 (48 páginas, Cr$ 5,00) dedicou seu informe especial para uma ampla e sincera análise da fonografia brasileira: "Disco/A Face Oculta da indústria fonográfica". Em oito páginas, a influente publicação mostra os problemas desta rendosa indústria, que teve um aumento de 400% no período de 1965/72, atingindo hoje a expressiva soma de US$ 50 milhões anuais.

Sammy, Chico & Ornela

Registros de alguns dos muitos compactos aparecidos nestes últimos meses. SAMY DAVIS JUNIOR - Gravando para a 20th Century Records tem um simples lançado antes de seu novo lp. Acompanhado por bom grupo instrumental, numa produção dos com corretos Mike Curb & Don Costa, o saltitante show-man; canta "Chico And The Man", de José Feliciano e "I'D Be a Lgend In My Time" de Don Gibson. Lançamento da Companhia Industrial de Discos.

Capoeira em disco

Embora sem uma linha de produção organizada - ao contrário de suas reedições, com coordenação entregue a J. L. Ferretti, a Continental tem lançado bons discos de ordem folclórica documental. Assim é que há cerca de oito meses fez um elepê com a folclórica figura da Menininha de Gantois, da Bahia, válido como um registro de um dos [mitos] populares da Boa Terra. Há três meses, discretamente, a Continental lançou "Capoeira" (Musicolor, 01-04-405-102), com o Cordão de Ouro, de mestre Suassuna e Dirceu. Como ilustração musical de uma dança-luta-coreografia das mais espontâneas, é um lp válido.

Artigo em 27.04.1975

1 - Impressionante a disparidade de preços dos elepês. Um disco numa loja da Rua XV Cr$ 45,00 e, pouco metros adiante, o concorrente vende a Cr$ 33,00. Questões de poder financeiro: quanto maior a compra, mais barato fica o produto e assim as pequenas lojas são obrigadas a vender o disco mais caro. E os tubarões fonográficos engordam cada vez mais.

Artigo em 27.04.1975

Fugindo do beletrismo que marca provincianamente as atividades intelectuais de tantas senhoras da sociedade de qualquer comunidade, a sra. Flora Munhoz da Rocha conseguiu, ao longo dos últimos anos, se impor como respeitável cronista do quotidiano. Inteligente, bem humorada, observado com "picardia e ternura" o dia-a-dia, como já disse o deputado - secretário - escritor Túlio Vargas, a ex-Primeira Dama do Paraná é hoje uma colaboradora das mais admiradas de O ESTADO.
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