Un ninho de muitos dolares
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
A fria economia de Hollywood ensina que um filme que recebe um Oscar tem, garantido, no mínimo, mais um milhão de dólares em sua receita ao menos nos Estado Unidos. E quando o filme recebe não um, mas cinco Oscars, afora mais seis "Globos de Ouro" da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, entusiásticos elogios da crítica internacional, é claro que suas perspectivas de bilheteria crescem, mesmo em cidades onde nem sempres os bons filmes filmes são apoiados pelo público - como é o caso de Curitiba (e dezenas de exemplos poderiam ser citados).
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"Um Estranho no ninho" (One Flew Over The Cukoo's Nest), que o checo Milos Forman realizou em fins de 1974, de um romance de Ken Kesey, é o filme que, a partir de hoje (cine Vitória, 4 sessões) deve motivar mesmo uma faixa de público que, normalmente, tem se mantido afastada do cinema nos últimos tempos. Não só pelos prêmios de melhor filme, ator (Jack Nicholson), atriz (Louise Fletcher), diretor (Milos Forman) e roteiro adaptado (Lawrence Hauben/Bo Goldman), mas pela seriedade do tema enfocado: a loucura. Com bom humor, mas também uma tremenda dose de sarcasmo e rigor crítico, Formar dá uma visão universal a um tema atualíssimo - a neurose nossa de cada dia, conseguindo, a julgar pelas referências, os melhores resultados. A fotografia é de um mestre - Haskell Wexler, também diretor ("Dias de Fogo/Medium Cool", 1970) e a trilha sonora revela um novo compositor - Jack Nitzsche.
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Agora é de se esperar que pelo menos uma semana "Um Estranho no Ninho" seja mantido em cartaz em Curitiba. Já basta que dois dos melhores filmes aqui exibidos este ano - "Vicente. Francisco, Paulo... e Os Outros" e "Harry e Seu Amigo Tonto", tenham sido mostrados em apenas 8 sessões na semana passada.
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