TEATRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de março de 1973
O lançamento de "A Última Sessão de Cinema" (cine Scala, a partir de amanhã) se constitui no fato mais importante nesta temporada. Filme revelação de Peter Bogdanovich jovem cineasta norte-americano de quem os curitibanos viram há pouco seu terceiro longa-metragem ("Essa Pequena é uma Parada"): "The Last Picture Show" abiscoitou vários Oscars no ano passado e provocou, em 1971, a Nostalgia - uma curtição das novas gerações aos anos 40 e 50. Sobre muitos aspectos "A Última Sessão de Cinema " é um filme importante: a utilização do preto-e-branco numa época em que ninguém mais usa este processo, a sensibilidade de Bogdanovich em focalizar os dramas de uma pequena cidade do Texas na década de 50, com seus personagens humanos - tipos marcantes, inesquecíveis. A mesma simplicidade e despojamento do cinema-coração de 20 ou 25 anos atrás (ou mesmo do mais recente, "Uma Vida em Pecado Studs Lonigam" de Irving Rapper) (foto) está presente, a julgar pelas referencias, a cada seqüência, a cada cena de "A Última Sessão..." Um elenco de artistas pouco conhecidos até então, teve no filme de Bogdanovich sua vez e hora, como, por exemplo, o extraordinário Bem Johnson, premiado com o Oscar como melhor coadjuvante e uma imensa filmografia, inclusive alguns clássicos como "Rio Vermelho"( Red River, 1949), por sinal - e numa referencia que não é simples coincidência - justamente o último filme projetado no cinema da cidadezinha monotona e asfixiante em que desenrola a ação de "The Last...". Um filme a ser curtido com muito amor, pelos muitos bons, os muito puros. Os que sabem amar e compreender o cinema.
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