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Aramis

On the road

Phil Young, professor de inglês que implantou um método sui-generis em Curitiba (já com 70 alunos) viajou aos Estados Unidos, para acertar detalhes da excursão cultural que fará no início de 1984, com grupo de 30 alunos. Uma viagem rápida e objetiva, que o manteve principalmente na Flórida. Na quarta-feira, 21 de setembro, viajava de Orlando para Miami, pela highways 195, quando ao ultrapassar um chevette vermelho, reconheceu o motorista: era Gerson Fisbein, compositor curitibano, que com a esposa, Virgínia, viajou há 40 dias para os Estados Unidos. Phil parou o carro e foram 10 minutos de emocionante conversa. A esposa de Gersinho é norte-americana de nascimento mas há muitos anos no Brasil. O casal pretendia ficar em Nova Iorque, mas como Gerson não fala inglês dificuldades de relacionamento e decidiu voltar para Curitiba. Disse então a Phil: -<< Vou passar um ano estudando em tua escola, para retornar definitivamente >>> Como Phil se dirigia ao aeroporto de Miami, para apanhar o avião que o traria de volta ao Brasil, após o bate-papo decidiu recuperar o tempo e acelerou a Chevette que havia alugado, e chagou as 80 milhas. A Policia Rodoviária o deteve e assim teve que pagar uma multa de US$ 50. Ou seja: o abraço no amigo curitibano, que encontrou numa rodovia da Flórida, lhe custou mais de Cr$ 60 mil. - << Mas valeu a pena pela coincidência >>. xxx Phil reviu também seu pai, Glenn Young, que foi um atuante músico de big bands nos anos 40 e 50 - gravando inclusive com a orquestra de Joe Richmond, Glenn foi também amigo do cantor pianista Bobby Shorter, que agora encerrou sua temporada no << 105 >> do Maksound Plaza Hotel, em São Paulo. Young trouxe 3 álbuns duplos, com Shorter cantando os melhores autores americanos. Bayard Osna, moço simpático e habilidoso politicamente (desde seus tempos de felpuda raposa nos bastidores da UPES e, depois, UPE), está brilhando na administração municipal, com idéias criativas na previdência da Urbs. Com bom assessoramento e vendo muita repercussão de suas iniciativas, Bayard, entretanto, não pode acompanhar tudo que é feito na sua área. Isso pode ser invocado para justificar a falta de diplomacia de quem cuidou de demarcar os espaços para os ambulantes nas áreas do Estar. Em muitos casos, os espaços destinados a regularizar o comércio dos camelôs, ficou defronte portas de residências e, principalmente, lojas, na Rua Cruz Machado, entre Dr. Murici e Ébano Pereira, havia todo um espaço livre - paralelo ao prédio da Secretaria da Cultura e do esporte. Entretanto, foi escolhido para << sediar >> os vendedores, justamente a área defronte a única porta de acesso ao escritório da Fundação Nacional das Artes (ao lado, já há um barulhento ponto de estacionamento de motoqueiros). A Pantomima Produções, responsável pela temporada de << O Beijo da Mulher Aranha >> (auditório Salvador de Ferrante, estréia domingo, 21 horas) está dando uma prova de eficiência em termos de promoção de um espetáculo. Além de ter conseguido trazer o autor do romance-peça, Manuel Puig, a Curitiba, se preocupou em cobrir todos os espaços - incluindo out-doors em vários pontos da cidade. Mais de 3 mil malas-diretas foram distribuídos junto a domicílio, divulgando não apenas este premiado espetáculo - mas convidando a todos a participarem dos evento artísticos. Há 2 anos, << O Beijo da Mulher Aranha >> lota teatros no Rio e São Paulo. Agora, com os mesmos interpretes daquela montagem - Rubens Corrêa e José de Abreu - vamos ver se o público curitibano sabe prestigiar esta peça que deve ser construído no espetáculo do ano. GUNTHER SCHOTT, incansável e idealista na luta por um difícil mercado, inaugura dia 10 de outubro a Biblioteca de Música Schott, junto a Musas - Representações e Comércio de Artigos para Música (Rua Portugal, 39). Suprindo uma falha do governo - se alguém quiser encontrar livros, partituras e outras informações ligadas à música, é inútil procurar os órgãos oficiais - Schott estará abrindo seu importante acervo aos interessados. Por outro lado, Gunther começou a se movimentar para que o 75º aniversário do compositor Harald Genzmer, um dos mais conhecidos na Europa mas pouco divulgado no Brasil, não passe em brancas nuvens. Será a 9 de fevereiro de 1984 e Gunther espera que com tal motivação algumas de suas peças sejam executadas pelas orquestrar sinfônicas brasileiras.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
01/10/1983

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