O humor carioca de Novaes
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de agosto de 1985
Poucos escritores brasileiros têm sido tão bem sucedidos no difícil campo do humor como Carlos Eduardo Novaes. Suas crônicas divertem milhares de brasileiros através da reprodução nos principais jornais do Pais (veja segunda página deste caderno). E no lado bem humorado que busca nos acontecimentos, Novaes é um legítimo sucessor de Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta, 1923 - 1968), embora com um estilo todo seu.
Um novo título de Novaes está nas livrarias e como sempre caminhando na relação dos best-sellers: "O Day After do Carioca" (Editorial Nórdica, 160 páginas, Cr$ 17.900). Como sempre, as "bem humoradas antenas de poliuretano captaram não só o momento político em que vivemos mas também os modismos, as transformações a nível pessoal ou de grupo, bando e até mesmo de multidões", como diz a sua editora. novaes vai virando assim, do avesso a "verdade" daquele deputado, as maravilhas da moderna tecnologia, as insinuações da publicidade. Desfilam neste livro - com deciliosas ilustrações de Vilmar Rodrigues - personagens como Otávio, que vive o terrível drama de assumir.. sua peruca, a Mulher de Neanderthal, um presidente sem jeito, o brasileiro e seu jeitinho.
Ao humor fino e surpreendente, Novaes acrescenta outras características. Como a prosa poética, lírica, presente nas crônicas "O Reencontro"e "O Choro não é livre". Ou o divertido suspense da história que nomeia o livro.
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