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Aramis

Mentiras oficiais para justificar a violência

Roberto Nascimento, amigo de Gonzaguinha desde seu início de carreira no final dos anos 60, músico e arranjador da Rede Globo de Televisão, foi, com sua noiva curitibana, a psicóloga Silvana Marchesini, convidada especial do artista para assistir ao seu show na noite de sábado, 20, no Teatro Paiol. Ao nosso lado - onde também se encontrava o radialista, animador cultural e compositor Cláudio Ribeiro e sua esposa, Gracinha, tínhamos reservado espaço para que o cinegrafista Rafael Brenner Silva, pudesse fazer o registro do espetáculo "Cavaleiro Solitário". Horas antes, quando almoçávamos no restaurante Dimassa (Rua José de Alencar, 324), com o empresário Renato Manoel Costa, 33 anos, e Cláudio Ribeiro, Gonzaguinha havia não só sugerido, como solicitado que a gravação de seu show, para o acervo arquivo da Associação de Pesquisadores da Música Popular Brasileira, tivesse uma cópia em suas mãos, na tarde de domingo, pois pretendia aproveitar as horas de folga, durante sua excursão pelo Interior do Paraná e Santa Catarina, para nos hotéis em que existissem aparelhos de vídeo, rever o show, estreado em março, e que, em sua opinião ainda poderia ter adaptações. Além do mais as 7 músicas inéditas, que vinha apresentando - e que fariam parte de seu elepê que seria gravado em julho, nos estúdios da WEA, ainda não tinham sido registradas nem em vídeo, nem em áudio. Posteriormente, na presença de outro assessor da tourné, o sr. José Roberto, da Pozza Representações/Consultoria e Representações Empresariais (Brasília), Renato Manoel (*), em sua condição de empresário e advogado, representando oficialmente Gonzaguinha, autorizou, por escrito, a gravação do show, enaltecendo inclusive no documento a importância do trabalho que a Associação de Pesquisadores da Música Popular Brasileira, fundada em Curitiba em 1º de março de 1991, vem realizando através de suas representações em vários estados, pela preservação da memória e história da música e cultura de nosso país. xxx As gravações em vídeo, que a representação regional da Associação de Pesquisadores da Música Popular Brasileira, vem efetuando já há meses e que concluíram, entre outros, Os Cariocas, Roberto Menescal, Leila Pinheiro, Johnny Alf, Joyce, Bebel Gilberto, Quarteto em Cy, Carlos Lyra, Eliete Negreiros, Hermínio Bello de Carvalho, Dalva Torres, Arrigo Barnabé, entre outros - foram operados pelos videomakers Osval Dias de Siqueira Filho (Tiomkim), premiado no Salão Curitiba Arte VII com o curta "Cenas de um Sonho Selvagem" e Rafael Brenner Silva, seu assistente neste trabalho. Sem utilizar iluminação artificial, discretamente localizados na platéia, as gravações dos shows - sempre autorizadas pelos artistas, ÚNICOS DETENTORES DOS DIREITOS SOBRE O REGISTRO DE SUAS IMAGENS E OBRAS, jamais tiveram qualquer reclamação, pois nunca interferiram nos espetáculos. Assim, a diretora-presidente da Fundação Cultural de Curitiba, sra. Lúcia Camargo, mentiu para o "Jornal da Indústria & Comércio", edição de segunda-feira, 29/04/91, ao alegar que o empresário não havia autorizado a gravação e também que os "direitos autorais" de tais registros necessitam de autorização prévia da Fucucu. Não fica bem a uma senhora que também é professora do curso de Comunicação da Universidade Federal do Paraná mentir para a imprensa. Mas parece que a verdade não interessa às senhoras que estão aboletadas na Fucucu: a assistente social Celise Niero, arbitrária e prepotente ao impedir o acesso do cinegrafista Brenner, não só ao Teatro Paiol, mas também de comunicar-se com este jornalista, fundador e diretor da APMPB no Paraná que ali se encontrava, mentiu ao alegar que a ex-responsável pelo Teatro Paiol, Patrícia Deffés, não havia vindo ao teatro. Ao contrário, Patrícia estava na Paiol desde às 20h30. xxx Manifestações de apoio a Associação de Pesquisadores da MPB continuam a chegar de todo o Brasil. Ontem, entre dezenas de telefonemas e mensagens escritas e telefônicas, o companheiro Ilmar de Carvalho, jornalista, diretor de relações públicas da Associação de Pesquisadores da MPB, do Rio de Janeiro, escrevendo em várias publicações nacionais , fez questão de acrescentar seu nome ao documento que divulgado pela imprensa está sendo distribuído nacionalmente, denunciando as violências sofridas pela entidade dos pesquisadores em Curitiba. Nota (*) O advogado Renato Manoel Costa, ex-diretor da Comissão de Direitos Humanos em Brasília, há três anos trabalhando com Gonzaguinha, encontra-se internado, em estado grave, na UTI do hospital em Pato Branco.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
01/05/1991

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