Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de janeiro de 1974
Há nove anos, o escritório da Fama Filmes ocupava uma pequena sala do edifício Asa e três funcionários cuidavam da distribuição de uma dezena de inexpressivas fitas italianas. Hoje a Fama Filmes é dona de 11 dos cinemas de Curitiba e distribui no Paraná os filmes das maiores empresas estrangeiras. Em pouco mais de dez anos, um ítalo-brasileiro habilidoso e de grande visão comercial, Arnaldo Zonari (foto) tornou-se um dos mais prósperos importadores de filmes, sentindo a necessidade de possuir seu próprio esquema de exibição adquiriu 45 cinemas no Rio (8), Salvador (5), São Paulo (15), Porto Alegre (5) e Aracaju (1) e, pelos seus planos, não vai parar por aí. Paulista de Ribeirão Preto, 64 anos, há 29 anos na cinematografia, Arnaldo Zonari é uma polêmica dentro de nosso cinema: importando o que existia(e) de mais comercial na produção italiana, foi o responsável pela popularização no Brasil dos pseudo-históricos na linha de Hércules e Maciste e, posteriormente, dos bang-bang spaghetti. Hoje, já mais tranquilo financeiramente, começa a se redimir perante a crítica: importou "As Troianas", de Cacayammis, vai relançar clássicos como "O Gabinete do Dr. Caligari" e "O Anjo Azul" e se interessa em abrir cinemas de arte. Em Curitiba, visitando o seu filho Aleixo, supervisor da região Sul (o outro, o Júnior, é seu braço direito em São Paulo), Zonari anunciou que o Palácio, que está reconstruindo rapidamente, será uma casa de exibição ao estilo do Cinema Um, "pois já existe um público capaz de aceitar filmes de boa qualidade".
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