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Aramis

Cello, violino e piano com talento

Há alguns anos, o British Council trouxe ao Brasil para uma série de concertos o violoncelista Julian Lloyd Webber. Na época, pouca gente deu atenção ao jovem artista - e o reduzido público que compareceu no Teatro do Paiol, na fria noite em que ali se apresentou, foi mais atraído pelo fato de Julian ser irmão caçula de andrew Lloyd Webber (o autor de "jesus Cristo Superstar" e "Evita"), do que por seus méritos. hoje, dificilmente, Julian Lloyd Webber voltaria a se apresentar em pequenos teatros como o Paiol, já que a sua cotação como violoncelista cresceu muito - e tem sua agenda cada vez mais disputada. Em compensação, a Polygram vem editando os discos que tem gravado na Europa, como a produção registrada em londres, em janeiro de 1983, na qual regendo a English Chamber Orchestra, é também o solista de violoncelo para Joseph Haydn 1732-1809): em Dó e em Ré Maior. Também em lançamento da Polygram, temos outro esplêndido elepê de cordas: o violinista Gidon Kremer numa homenagem ao maior virtuose deste instrumento, Niccolo Paganini (1780-1840), que como o maior executante de violino e comporitor, exerceu inspiradora influência sobre numerosos compositores de século XIX e XX. Assim, nesta "Hommage à Paganini", com o grande Gidon Kremer, o violino é o meio de expressão das intenções paganinianas - como observa o musicólogo peter Cossé. Peças de três autores dedicadas a Paganini compõe o programa: as variações "Paganiniana" de nathan Milstein (1904), "A Paganini" de Alfred Schnittke (1934) e o estudo sobre "A Última Rosa" de Henrich Villelm Ernest 91814-1865). Uma outra realidade também torna importante esta coletânea: na evolução musical de Gidon Kremer as obras de paganini sempre desempenharam, naturalmente, um papel saliente e, em consequência, também, de forma bem geral, aquelas composições, em que os aspectos técnicos se associavam com uma aura quase diabólica. Depois do cello e do violino, o piano. Emil Gilels, outro virtuose que cada vez mais torna-se íntimo do público brasileiro que sabe apreciar a melhor música erudita, tem um novo álbum (Deutsche Grammophon/Polygram), aqui lançado. Neste, são duas Sonatas para piano de Luswig Von Beethoven (1770-1827). Tratam-se das Sonatas n° 4 (em mi Bemol Maior, opus 7) e a número 2 (em Lá Maior, opus 2, n°2), esta última, segundo o musicólogo hartmut Fladt, exprimindo "um posicionamento energético, sério, concentrado - e que até hoje é considerada exemplar na doutrina das formas musicais". Três esplêndidos lançamentos do catálogo erudito da Polygram, os discos do violoncellista Llotd Webber, do violinista Gidon Kremer e do pianista Emil Gilels.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
27/07/1986

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