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Arbitrariedade contra os pesquisadores repercute

Foi grande a repercussão da prepotência da assistente social Celise de Niero, diretora da Fundação Cultural de Curitiba que, conforme denunciamos na terça-feira, ao exorbitar de suas funções, acabou provocando, indiretamente, que um cinegrafista fosse assaltado e roubado há poucos passos do Teatro Paiol. Ao impedir que o cinegrafista Rafael Brenner Silva não só entrasse no teatro - onde, autorizado oficialmente (e por escrito) pelo compositor Luiz Gonzaga Júnior, documentaria o espetáculo "Cavaleiro Solitário", a assistente social que ocupa na administração Jaime Lerner uma função executiva na área cultural, extrapolou em seu autoritarismo, não permitindo, sequer, que o cinegrafista se comunicasse com pessoas amigas que se encontravam no interior do teatro. Com alegações mentirosas - inclusive a de que a ex-administradora daquele teatro, Sra. Patrícia Deffés, não se encontrava no local - quando, na verdade, ela ali estava - e impedindo a utilização do telefone do teatro, a assistente social Niero fez com que ao cinegrafista só restasse sair a procura de um telefone nas imediações, para chamar um táxi que o conduzisse ao centro. Foi quando, naquele local, com falta de policiamento e iluminação precária, quatro perigosos marginais, armados com revólveres, o cercaram, despojando-o do equipamento de vídeo, câmara fotográfica, relógio e importância em dinheiro. xxx A exemplo do que já havia feito em outras ocasiões, no próprio Teatro Paiol ou no Auditório Antônio Carlos Kraide no distante Centro Cultural do Portão, o cinegrafista Rafael Brenner Silva (*) documentaria parte do show de Gonzaguinha para complementar o depoimento-documentário do artista destinado ao acervo-arquivo da Associação dos Pesquisadores da Música Popular Brasileira. Fundada há 16 anos e com uma grande folha de serviços prestados em favor da preservação da memória musical brasileira, a Associação, por iniciativa de seus próprios diretores e associados tem reunido notável documentação, não só impressa, mas também em áudio, e nos últimos anos, em vídeo. Neste sentido, importantes nomes que aqui estiveram recentemente - Roberto Menescal, Os Cariocas, Johnny Alf, Carlos Lyra, Quarteto em Cy, Eliete Negreiros, e outros, não só fizeram questão de gravar os depoimentos de suas carreiras como sugeriram - e naturalmente autorizaram, as gravações de seus shows, já que pela credibilidade da Associação, tal material não tem exploração comercial - sendo utilizado apenas culturalmente. Ignorante do trabalho da Associação - e movida pelo excesso de autoritarismo, a prepotente diretora de Ação Cultural da FUCUCU exorbitou de suas funções e provocou uma situação gravíssima. Devido ao choque que teve ao ser assaltado, o cinegrafista Rafael Brenner Silva sofreu uma crise nervosa posterior ao assalto, que exigiu atenção especial de seus amigos que o socorreram. A fragilidade da segurança nas imediações do Teatro Paiol - que poderia ser reforçada, ao menos nos horários dos espetáculos com elementos da Guarda Municipal mantida pelos contribuintes, tem merecido sérias críticas, devendo o assunto justificar denúncias de vereadores - e mesmo deputados - que, identificados aos reais problemas de Curitiba, preocupam-se com a falta de atenção da Prefeitura, para a segurança da população. Nota (*) Rafael Brenner Silva, 20 anos, vem trabalhando em vídeos, inclusive na área de documentação. Integrante da equipe do premiado videomaker Tiomkim (Osval Dias de Siqueira Filho), foi um dos principais colaboradores na realização do vídeo "Cenas de um Sonho Selvagem", 3 minutos, premiado na última quarta-feira, pelo júri do Salão Curitiba Arte 7, categoria vídeo-arte.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
25/04/1991

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